Livros falam de arquitetura e urbanismo para crianças

Bruno Molinero

Cortes, plantas, elevações e explicações sobre como as cidades cresceram e foram organizadas. Ainda que lentamente, o universo da arquitetura e do urbanismo está migrando das prateleiras de livros técnicos para as estantes destinadas às crianças e aos livros infantojuvenis.

O movimento é tendência principalmente nos Estados Unidos, onde o catálogo oferece uma variedade de títulos que despertam o leitor para ideias já usadas diariamente em brincadeiras, seja na hora de criar uma casa para as bonecas ou de espalhar pecinhas de Lego pelo chão.

No Brasil, as poucas obras publicadas costumam se dividir entre apresentações de arquitetos famosos, como Oscar Niemeyer e Lina Bo Bardi, e explicações de questões relacionadas às cidades e construções. O último livro do gênero lançado foi “Casacadabra”, da editora Pistache, cuja ilustração abre este texto.

Veja abaixo três livros que abordam arquitetura e urbanismo para crianças.

 

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CASAS MALUCAS

Existem prédios por aí que mais parecem saídos da cabeça de uma criança. Uns têm formato de bola de futebol, outros ganham cores de dragão, há ainda os que levam jeito de inseto ou outras maluquices.

“Casacadabra” apresenta ao público infantojuvenil dez casas desse tipo, feitas ao redor do mundo por arquitetos famosos –entre eles, três brasileiros: Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi e Eduardo Longo, que criou uma residência em formato de bola em São Paulo. Além deles, há também construções do espanhol Antoni Gaudí, do japonês Sou Fujimoto e do chileno Alejandro Aravena, que ganhou o prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura.

Todo ilustrado, o livro não traz fotos reais das casas sobre as quais fala –o que é uma pena e deixa uma coceira para procurar imagens de todas elas na internet.

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“Casacadabra”

Autoras Bianca Antunes e Simone Sayegh

Ilustradora Carolina Hernandes

Editora Pistache 

Preço R$ 70 (2016, 80 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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RIOS FANTASMAS

Quem mora em São Paulo muitas vezes esquece –mas carros e pessoas passam literalmente por cima de rios e córregos todos os dias. No processo de expansão da cidade, muitos dos cursos d’água foram “enterrados” para dar lugar a ruas, avenidas e calçadões.

É o que conta o tio do garoto Breno no livro “A Cidade dos Rios Invisíveis”. Costurando a história do menino com o passado de São Paulo, a obra tem o poder de fazer o leitor refletir sobre como a metrópole chegou a um cenário que conta com rios poluídos, córregos substituídos por asfalto e problemas de enchente a cada estação chuvosa.

Sabia que Pacaembu, Itaquera, Aricanduva e muitos outros nomes de bairros estão relacionados a rios e a uma época em que era possível caçar rãs pela cidade e ver lavadeiras onde hoje só tem trânsito?

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“A Cidade dos Rios Invisíveis”

Autora Solange Sánchez

Ilustrador Félix Reiners

Editora Matrix

Preço R$ 19,90 (2016, 48 págs.)

Leitor intermediário

 

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MUNDO DE LINA

A C4, editora especializada em livros de arquitetura, lançou no ano passado a coleção Arranha-Céu, que conta para crianças a história de algumas das principais construções brasileiras. A estreia foi com “A Cidadela”, sobre a vida de Lina Bo Bardi e o projeto do Sesc Pompeia.

Na história, pisos, paredes, telhados, cimentos e tubulações transformam-se em elementos lúdicos que conduzem o leitor pelo trabalho da arquiteta na recuperação dos galpões de uma antiga fábrica e construção dos edifícios de concreto que definem hoje a unidade do Sesc e mudaram a paisagem do bairro.

A arquiteta também é responsável por locais icônicos da paisagem de São Paulo, como o Masp, a Casa de Vidro e o teatro Oficina.

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“A Cidadela”

Autores Baba Vacaro, Daniel Almeida e Rogério Trentini

Editora C4

Preço R$ 20 (2015, 36 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 


 

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