Vencedor do Nobel, Bob Dylan já teve músicas transformadas em livros para crianças
O mundo dos livros acordou um pouco espantado hoje. Logo pela manhã, a Academia Sueca declarou que o vencedor do Nobel de Literatura deste ano não seria um escritor desses mais clássicos, mas o músico e compositor Bob Dylan –o primeiro norte-americano a receber o prêmio desde 1993.
Teve quem achou genial, teve quem achou um absurdo a premiação ter ignorado nomes mais ligados ao livro. Não vou entrar nessa discussão, que deve durar ainda algum tempo, e vou deixá-la para a “Ilustrada” se debruçar. Mas o que pouca gente talvez esteja lembrando nesse Carnaval do Nobel é que algumas letras de Dylan já viraram livros –e para crianças.
Canções como “Forever Young” e “Blowin’ In The Wind”, clássicos que são assoviados por gerações, foram adaptadas para livros ilustrados e ganharam imagens para o público infantil. Além delas, “If Dogs Run Free” e “Man Gave Names to All the Animals” também receberam versões –esta última, com desenhos que lembram um zoológico fantástico.
O primeiro a chegar ao Brasil, em 2009, foi “Forever Young” (ed. Martins Fontes; R$ 50), que tem ilustrações de Paul Rogers sobre a música que Dylan compôs em 1973 para seu filho Jakob Dylan, que tinha três anos na época. Na história, Rogers inventa uma narrativa visual em que um menino ganha um violão e sai por aí cantando enquanto vai crescendo. Pela paisagem, claro, citações e referências sobre a carreira de Dylan. A ilustração que abre este texto é do livro.
Outra obra com músicas do artista a chegar ao país é “O Homem que Deu Nome a Todos os Bichos” (ed. Nossa Cultura; R$ 43), de 2013, com a letra de “Man Gave Names to All the Animals”. Nela, as ilustrações de Jim Arnosky levam o leitor de mãos dadas por diversos animais, até chegar ao fim da história, onde há um CD com a gravação original da canção.
Os demais, “Blowin’ In The Wind”, “If Dogs Run Free” e “If Not For You”, podem ser encontrados em inglês. Basta dar uma busca na Amazon ou em alguma livraria com produtos importados. O primeiro tem ilustrações que parecem quadros, como se tivessem sido feitas com pincel e tinta. Elas mostram crianças passeando por paisagens de tirar o fôlego, como geleiras e florestas. Já os dois últimos imprimem outro estilo, com desenhos coloridos e mais infantis.
Claro que um punhado de livros para crianças adaptados de letras de músicas não justificam um Nobel. Mas ajudam a mostrar que as letras de Dylan são histórias, algumas tão sensíveis que mesmo crianças podem ler e se divertir. Como disse a Academia ao escolher o músico para o prêmio, ele foi eleito “por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”. Ou fazer literatura, criar narrativas, inventar personagens –mesmo fora dos livros.
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