Bienal aposta em saldão e em multidões para driblar a crise
A crise e a queda na venda de livros no Brasil acenderam o sinal amarelo para a Bienal do Livro de São Paulo. O evento deve apostar neste ano em promoções e descontos, além de em táticas para tentar atrair um número ainda maior de visitantes –e assim buscar ao menos manter o número de vendas da última edição.
“As editoras estão preparadas. Muitas estão esperando que a Bienal seja um fôlego para o caixa da empresa”, diz Luís Antonio Torelli, presidente da CBL (Câmara Brasileira do Livro), entidade que organiza a Bienal. A 24ª edição ocorrerá em São Paulo de 26 de agosto a 4 de setembro.
Em 2015, as editoras viram as vendas de livros terem a pior queda desde 2002, segundo a pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”. O levantamento, encomendado pela CBL e pelo Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), apontou que o mercado livreiro encolheu 12,6% no ano passado.
O destaque negativo foi justamente o livro infantojuvenil. No total, foram produzidos 33,5 milhões de exemplares a menos nesse segmento, se comparado a 2014 –a principal justificativa é o governo federal não ter aberto o edital do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola), ou seja, das compras governamentais de obras para crianças e adolescentes que são um dos principais pilares do modelo de negócio de editoras que apostavam nesse tipo de livro.
O ano de 2016 não dá sinais de melhora. A última pesquisa, divulgada há menos de dez dias, mostrou que nos primeiros seis meses deste ano, as vendas de livros caíram 16,3% em volume e 6,94% em faturamento, em comparação com o mesmo período de 2015.
É nesse turbilhão que a Bienal de São Paulo vai acontecer. Além dos descontos, que devem ser oferecidos pelas editoras a fim de aumentar o volume das vendas, a organização do evento está tomando iniciativas para conseguir reunir um número ainda maior de pessoas, na esperança de que isso se reflita no faturamento.
Para isso, a Bienal deste ano terá mais espaços para autógrafos de escritores-celebridades, corredores mais largos, mais banheiros e vendas de ingresso pela internet.
Na programação, há nomes de youtubers como Kéfera, Lucas Rangel, Maju Trindade e Pedro Rezende, do canal RezendeEvil, que devem atrair grande público. Todos lançaram livros e são os queridinhos atuais das editoras, que enxergam neles a possibilidade de um sucesso editorial que se assemelhe ao dos livros de colorir de 2015.
“Temos que dosar na programação a Kéfera e o autor que ganhou o Jabuti. A Bienal precisa atrair todos os públicos e gerar novos leitores”, diz Torelli.
Com mais gente, aumenta a preocupação para evitar casos de assaltos, como os da quadrilha suspeita de roubar 45 celulares na Bienal de 2014. Para coibir furtos, o evento contará com uma base móvel da Guarda Civil Metropolitana.
Mais informações serão divulgadas nesta terça (26) para a imprensa.
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