Lázaro Ramos brinca de inventar palavras em novo livro infantil

21.jun.2018 às 11h07

Lázaro Ramos brinca de inventar palavras em novo livro infantil

Bruno Molinero

Atrapalhante. É assim, de um jeito inventado e com brincadeiras com a língua portuguesa, que tem início o novo livro infantil do ator Lázaro Ramos: “Caderno Sem Rimas da Maria”, lançado no último mês pela editora Pallas.

Em sua quarta história para crianças, o autor percorre o terreno de termos inventados e neologismos para criar um breve dicionário de expressões que não existem –mas que poderiam muito bem entrar no vocabulário de adultos e de crianças.

Caso de “atrapalhante” (aquele que atrapalha), “risilhuda” (risadinha de quem não entendeu a piada) ou “kikiu” (as melhores cócegas). O livro reúne também verbetes reais (sororidade, por exemplo) e outros que são ressignificados (sinusite se transforma em um sino que atrapalha as conversas).

Quem cria todas essas invencionices é Maria, personagem que dá título ao livro e é inspirada na filha do ator com Taís Araújo. Além de surfar na imaginação, a garota esbanja traços que remetem a quase todo filho mais novo: ela tropeça pela vida com o irmão sempre no retrovisor.

E é a partir desse ponto que Lázaro constrói um interessante diálogo. A todo instante, Maria fala de seu irmão João –personagem que também é inspirado em um filho do ator e que protagonizou o seu último título para crianças: “Caderno de Rimas do João”, lançado pela mesma editora em 2015. Seguindo a lógica do dicionário, a obra apresenta diferentes palavras, entre elas “livro”, “sotaque” e “viagem”, todas explicadas de maneira lúdica, costuradas com as linhas da rima e da poesia.

É claro que, como toda criança que segue os passos do irmão mais velho para encontrar o seu próprio caminho, Maria ensaia algumas rimas em seu caderno. O mesmo ocorre com as imagens da obra. Mauricio Negro, que ilustrou os dois títulos, produz rimas visuais que se projetam quando olhamos os livros de João e de Maria lado a lado.

Os desenhos conversam, mas não se repetem. Assim como dois irmãos, que até podem ser parecidos, mas nunca são iguais.