Era Outra Vez https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br Literatura infantojuvenil e outras histórias Wed, 28 Aug 2019 18:58:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Ciência e poesia se misturam em livro para crianças enxergarem o invisível https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/07/10/ciencia-e-poesia-se-misturam-em-livro-para-criancas-enxergarem-o-invisivel/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/07/10/ciencia-e-poesia-se-misturam-em-livro-para-criancas-enxergarem-o-invisivel/#respond Wed, 10 Jul 2019 12:46:02 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/abre-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2880 Quanto de poesia cabe na ciência? Ou melhor: quanto de ciência cabe na arte?

Há quem diga que nada, que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Que a ciência orbita o campo da razão, enquanto a arte pertence ao campo oposto, onde estão os sentimentos e o sublime.

Mas como negar que foi o reflexo da lua na água –portanto, um fenômeno físico, mais especificamente ótico– que deu origem a um dos poemas mais bonitos da língua portuguesa, “Ismália”, de Alphonsus de Guimaraens: “Quando Ismália enlouqueceu,/ Pôs-se na torre a sonhar… /Viu uma lua no céu,/ Viu uma lua no mar […]”.

Ou que um fenômeno complexo como o deslocamento de areia do Saara em direção a outras partes do mundo tenha inspirado a música “Reconvexo”, de Caetano Veloso: “Eu sou a chuva que lança a areia do Saara/ Sobre os automóveis de Roma […]”.

Pois há inúmeros outros exemplos –e um dos mais interessantes para crianças é o livro “Assim Eu Vejo”, dos ucranianos Romana Romanyshyn e Andriy Lesiv, que foi publicado por aqui pela Editora do Brasil.

A obra se debruça sobre o universo da visão e da ótica e, como todo bom livro ilustrado, apresenta diferentes níveis de leitura. Dois são os eixos principais: de um lado está o texto, com alta carga poética; de outro, as ilustrações, que servem de base para curiosidades e informações puramente científicas.

Enquanto o texto embala o leitor com delicadezas como “todos têm vontade de se esconder de vez em quando” ou “os olhos me ajudam a encontrar verdadeiros tesouros”, pequenas frases conectadas aos desenhos e espalhadas pelas páginas abrem mão das metáforas para fazer as vezes de almanaque.

Página do livro ‘Assim Eu Vejo’ (Divulgação)

Informam, por exemplo, que os primeiros espelhos surgiram entre o terceiro e o primeiro milênio antes de Cristo. E que as pupilas funcionam como diafragmas de uma câmera fotográfica. Dizem ainda coisas mais malucas: você sabia que, por alguns dias depois do nascimento, os bebês enxergam o mundo de ponta-cabeça? Isso dura até que o cérebro se acostume.

É desse choque entre o quente e o frio, o sublime e o concreto, a ciência e a arte, que o livro extrai sua potência. Isso sem falar das ilustrações.

Especializados em design editorial, os autores criam desenhos com cores vibrantes e formas chapadas que se mesclam a colagens e fotos para criar um verdadeiro mergulho.

É como se fosse preciso ler o livro pelo menos três vezes para absorvê-lo completamente. Na primeira, presta-se a atenção no texto. Na segunda, nas informações científicas. Na terceira, nas ilustrações. Para, só assim, compreender não apenas o que está visível aos olhos –mas, sobretudo, o que está invisível.

 

“Assim Eu Vejo”

Autores e ilustradores Romana Romanyshyn e Andriy Lesiv

Tradutora Flora Manzione

Editora Editora do Brasil

Preço R$ 61,20 (2018, 64 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Livro infantil apresenta Mazzaropi e discute arte popular com crianças https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/06/25/livro-infantil-apresenta-mazzaropi-e-discute-arte-popular-com-criancas/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/06/25/livro-infantil-apresenta-mazzaropi-e-discute-arte-popular-com-criancas/#respond Tue, 25 Jun 2019 12:56:23 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/abre-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2873 Era um acontecimento.

Os ônibus vinham lotados dos bairros mais distantes até o largo do Paissandu, no centro de São Paulo, onde os passageiros desciam e esperavam na calçada mesmo, em pé, em frente ao Cine Art Palácio. 

A maior parte deles nem conseguia ingressos para entrar naquele que era um dos principais cinemas de rua da época. Estamos entre os anos 1960 e 1970, quando o Cine Art Palácio costumava levar centenas de espectadores a um quadrilátero que estava longe de ser o espaço degradado que conhecemos hoje –ao contrário: a praça pulsava com produtoras e cinemas, caso do próprio Palácio e do Cine Ouro, que antes se chamava Bandeirantes. Ambos estão atualmente fechados, e o segundo deles chegou a se tornar um estacionamento.

Mas naquela época não era bem assim. E as pessoas atravessavam a capital para ver principalmente um nome: Mazzaropi, que arrastava multidões a cada lançamento de filme e tinha a sua produtora, a Pam-Filmes, no próprio largo.

Mazzaropi tornou popular a figura do caipira no cinema brasileiro, principalmente com o preguiçoso Jeca. Nos lançamentos de seus filmes, quem não conseguia bilhetes ficava na porta do cinema, esperando a chegada do artista. Sempre atento aos fãs, já era certo que, antes de o longa ser exibido, ele subiria a um pequeno palco, apresentaria o elenco do longa e daria um breve show, numa espécie de avô do stand-up, com velhas piadas e músicas antigas.

É essa figura e esse lado popular do cinema que o livro “Mazzaropi – Um Jeca Bem Brasileiro” apresenta para as crianças.

Escrito por Dílvia Ludvichak, com ilustrações de Luciano Tasso, o título faz quase uma escavação de um personagem cujos filmes são cada vez mais difíceis de serem vistos. Um diretor que, dos suas 34 produção, 26 foram feitas por ele mesmo, a partir da década de 1950 –sempre com relativo sucesso popular, alguns quebrando recordes de bilheteria (estima-se que 206 milhões de pessoas viram os seus filmes)

E, mesmo assim, ele quase sempre foi ignorado ou avacalhado pela crítica da época. “O zé povinho sabe bem o que quer, e o reflexo disso são os recordes de bilheteria de meus filmes, que são chamados de fitinhas e não vão a festivais”, costumava dizer Mazzaropi.

Em ordem cronológica, o livro conta em versos rimados a vida do cineasta. Mostra a mudança de seus pais para o interior, quando ele ainda era criança. Passa pela infância no mato, comparada à de Monteiro Lobato. Conta brevemente a criação do personagem Jeca Tatu e fala de uma certa valorização do jeito interiorano como seu projeto artístico –em certa medida, um contraponto à maneira como o Jeca é visto hoje: um personagem caricatural e preconceituoso com os moradores do interior.

No fim, há ainda um glossário com curiosidades e a filmografia de Mazzaropi, para quem quiser conhecer mais sobre o diretor.

Ilustração de ‘Mazzaropi – Um Jeca Bem Brasileiro’, feita por Luciano Tasso (Divulgação)

Mas mais do que a iluminação de uma figura que ainda hoje é controversa dentro do cinema brasileiro, o livro traz uma reflexão sutil, mas poderosa: como a crítica deve tratar a arte essencialmente popular?

No caso de Mazzaropi, a imprensa e o mercado simplesmente torciam o nariz ao analisar seus filmes, linguagem, montagem, estrutura. E eram incapazes de compreender o que levava milhares de pessoas ao largo do Paissandu, após horas de transporte público, só para chegar perto daquela figura.

“Falam mal de mim. Só quero ver quando eu morrer. Daí vão fazer festivais com os meus filmes, e tem gente que é capaz até de falar que fui um gênio. Quer saber? Deixa pra lá. Quando eu morrer, isso já não terá nenhuma importância”, disse certa vez o diretor.

Mazzaropi morreu em junho de 1981, há 38 anos, depois de ficar internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar um câncer de medula. Tinha 69 anos. De lá para cá, a pergunta sobre a maneira de encarar a arte mais popular ainda não foi respondida. Mas já há quem diga que ele foi um gênio.

 

“Mazzaropi – Um Jeca Bem Brasileiro”

Autora Dílvia Ludvichak

Ilustrador Luciano Tasso

Editora Paulus

Preço R$ 29 (2018, 32 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Aladim vivia na China e tinha dois gênios; conheça a história original https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/05/24/aladim-vivia-na-china-e-tinha-dois-genios-conheca-a-historia-original/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/05/24/aladim-vivia-na-china-e-tinha-dois-genios-conheca-a-historia-original/#respond Fri, 24 May 2019 18:59:55 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/aladimabre-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2858 A história ficou conhecida assim: Aladim é um rapaz pobre e órfão que vive na cidade árabe de Agrabah, onde rouba para sobreviver na companhia do macaco Abu. Puro de coração, ele se envolve em uma aventura na qual encontra uma lâmpada mágica e um Gênio piadista que lhe concede três desejos. Apaixonado pela princesa Jasmine, Aladim usa essa magia para se aproximar do palácio do sultão e conquistar a garota. Num desenrolar que envolve ainda um tapete mágico e um conselheiro maquiavélico que deseja a lâmpada mágica, ele percebe que não precisa fingir ser outra pessoa para ter o que deseja. Fim.

Assim está estruturado o desenho da Disney, lançado em 1992. Assim é também o novo filme do estúdio, “Aladdin”, que recria a aventura com atores de carne e osso. Para ler a crítica do novo filme que escrevi na Ilustrada, clique aqui.

Pois bem: a história não é bem assim em sua versão original. Aladim, na verdade, vivia no interior da China e não era órfão. Ele tinha dois gênios, um na lâmpada mágica e outro em um anel, e nenhum deles era espirituoso ou engraçado. A princesa também não se chamava Jasmine. E pode esquecer o tapete mágico, o macaco Abu e o tigre que morava no palácio.

Embalada pelo filme, a Zahar publicou recentemente um livrinho curto, feito para ser lido de uma vez só, com a história original de Aladim. Nela, temos contato com a versão do conto que faz parte de “As Mil e uma Noites” –a história é uma das que Sherazade narra ao sultão, a fim de não ser morta quando suas narrativas acabarem.

Na antiga versão, Aladim é um rapaz que não quer nada da vida. Filho de um tecelão, ele acaba matando (literalmente) o pai de desgosto porque só quer ficar na rua e nem pensa em aprender a profissão da família. Morando apenas com a mãe e vivendo completamente na flauta, ele um dia recebe a visita de um suposto tio.

O personagem, na verdade, é o mago Magreb, que recebe esse nome por ser dessa região ao norte da África. O livro não deixa muito claro por que, mas ele escolhe Aladim para uma missão: encontrar a lâmpada mágica que está naquele confim da China.

A cena é menos suntuosa do que no desenho –não há uma caverna com cara de felino, abrindo a boca para receber o “diamante bruto”. Na verdade, o mago faz um pirlimpimpim e a passagem secreta se abre debaixo de uma pedra. Cheia de tesouros, a cova esconde a lâmpada em sua última sala. Ao contrário da versão do Mickey, Aladim não encontra nenhum tapete mágico por ali.

Depois de um desentendimento, o personagem acaba ficando preso dentro da caverna, de onde só sai com a ajuda de um gênio. Mas não o da lâmpada: o do anel. Pois é, o personagem recebeu um anel do tal mago, no qual também vivia um desses seres mágicos, mas menos poderoso do que o gênio da lâmpada. Isso faz com que Aladim saia do soterramento com dois gênios e uma infinidade de pedidos –afinal, essa história de três pedidos é coisa da Disney; na história original, o menino não tinha limites de realizações.

Embora o céu fosse o limite, isso não quer dizer que ele tenha esbanjando. Para não dar bandeira para os vizinhos, Aladim opta por uma vida confortável com a mãe, mas não digna de ser um “parça” do Neymar. Pelo menos até ele ver a princesa, filha do sultão.

A Disney resolveu mudar o nome da garota para Jasmine, porque o original é realmente complicado: ela se chama Badr al-Budur. Completamente apaixonado, Aladim move mundos e fundos (e dois gênios) para conquistá-la. Para isso, precisa acabar com a vontade do vizir, conselheiro do sultão, que deseja casar a princesa com um de seus filhos.

Ou seja: Jafar e seu papagaio, cativantes vilões do desenho animado, também não existem no conto de Sherazade. Ele é, na verdade, uma união de dois personagens, o mago Magreb e o conselheiro do sultão.

‘Aladdin’, desenho animado da Disney de 1992 (Divulgação)

Quando Aladim finalmente se casa com Budur, o mago fica sabendo e retorna à China para recuperar a lâmpada. E aqui vão alguns spoilers em relação ao final.

Enquanto, na versão da Disney, Jafar entra em uma escalada de ganância que só termina quando ele mesmo se torna um gênio e fica aprisionado em uma lâmpada, Magreb tem um final menos carnavalesco. Em posse do objeto mágico, o mago rapta a princesa e força a jovem a casar-se com ele. Mas, no fim, é envenenado por ela e acaba morrendo.

Depois disso, um irmão de Magreb também surge na história para vingar a morte do personagem, mas é assassinado por Aladim com uma facada no coração, pondo um fim à aventura.

Pois é: nada de Gênio livre curtindo a vida adoidado ao redor do mundo nem de lágrimas com a cena que mostra o caráter do herói.

Por fim, a última reviravolta. Embora a história de Aladim conste como pertencente a “As Mil e uma Noites”, isso não é bem assim também. Como mostra Paulo Lemos Horta nos prefácios da edição, a narrativa foi incluída entre as narrativas de Sherazade muito depois, já no século 18, em edições francesas.

O conto não está presente em nenhum manuscrito árabe antigo encontrado e aparece pela primeira vez em uma coletânea parisiense feita por Antoine Galland –além de “Aladim”, foi acrescentado também outro clássico: “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”.

Em seu diário, Galland conta que ouviu as histórias de um viajante de Alepo, na Síria, chamado Hanna Diyab. O que deixa um certo mistério no ar, já que ninguém sabe quem é o verdadeiro autor de “Aladim”, já que Diyab afirmava que ouvira a história de Aladim nos cafés de seu país.

O fato é que “Aladim” se consolidou como uma das principais narrativas de “As Mil e uma Noites” a partir de então. E foi recheada de fofura e bom-mocismo muito depois, principalmente com a animação da Disney, já nos anos 1990.

 

“Aladim”

Tradução do original Yasmine Seale

Tradução  para o português José Roberto O’Shea

Editora Zahar

Preço R$ 39,90 (2019, 144 págs.)

Leitor avançado + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Livro de Brecht para crianças parece feito sob medida para o Brasil de 2019 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/05/01/livro-de-brecht-para-criancas-parece-feito-sob-medida-para-o-brasil-de-2019/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/05/01/livro-de-brecht-para-criancas-parece-feito-sob-medida-para-o-brasil-de-2019/#respond Wed, 01 May 2019 13:36:54 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/tubaroes-fossem-homens-livro-brecht-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2834 O mundo era outro quando o escritor e dramaturgo alemão Bertolt Brecht começou a escrever uma série de contos curtos, ainda em 1926.

Nos anos seguintes, Brecht terminaria uma de suas peças mais famosas (“A Ópera dos Três Vinténs”, de 1928), Hitler iria se tornar chanceler da Alemanha (1933), o escritor teria que fugir do país com a família, o Exército alemão invadiria a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial (1939) e fazendo com que o mundo e o próprio autor nunca mais fossem os mesmos.

É desse caldo que nasce “Se os Tubarões Fossem Homens”, narrativa breve que foi lançada agora no Brasil na forma de um livro ilustrado para crianças e jovens pela editora Olho de Vidro, com desenhos do premiado Nelson Cruz.

A trama se desenrola a partir da pergunta de uma menina: se os homens fossem tubarões, eles seriam gentis com os peixinhos? A partir daí, Brecht destila ironia e acidez para mostrar como a sociedade europeia estava organizada àquela altura –sim, o livro foi feito no turbilhão da primeira metade do século 20, mas cairia como uma luva no Brasil de 2019.

Ilustração de Nelson Cruz para ‘Se os Tubarões Fossem Homens’, da editora Olho de Vidro (Divulgação)

Quando o alemão escreve que as escolas dos peixinhos priorizariam a formação moral e que “o futuro deles só estará garantido se estudarem com obediência”, é difícil não se lembrar do ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmando que a educação moral e cívica deve ser base do ensino brasileiro.

Se os tubarões dizem que os peixinhos devem avisar imediatamente se notarem qualquer sinal de marxismo, logo ecoam as trombetas de Jair Bolsonaro contra o “lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino” ou as falas do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendendo o expurgo do marxismo cultural.

Um pouco mais adiante no livro, os predadores condecoram com uma medalha de algas os peixes que matam os inimigos. Já no Brasil de 2019, Bolsonaro quer isentar de punição os proprietários rurais que atirarem em invasores, o governador de São Paulo, João Doria, homenageia 11 policiais que mataram criminosos, e o governador do Rio, Wilson Witzel, diz autorizar o “abate” de criminosos portando armas pesadas e mirando “na cabecinha”.

Mesmo com uma narrativa curta, “Se os Tubarões Fossem Homens” tem outros diversos exemplos –deixo só mais um. A certa altura, os tubarões decidem que “acabaria essa história de que todos os peixinhos são iguais” e que, a partir de então, escolheriam alguns que “ocupariam cargos que os colocariam acima dos demais”. Vale lembrar que, em março, a Folha publicou um levantamento apontando que governadores eleitos nas eleições do ano passado deram cargos para mulheres, irmãs, cunhadas, primos, sobrinhos e até ex-mulher.

É claro que o livro traz também partes que hoje transparecem desbotadas, caso da insistência em um certo internacionalismo comunista e na noção de artificialidade das fronteiras nacionais.

Mas não muda um fato: a história, que começa com a pergunta da menina-personagem, termina plantando uma dúvida na cabeça do leitor brasileiro. Brecht é desses autores capazes de criar uma literatura sempre atual, que ganha novos contornos e significados com o passar do tempo? Ou é o Brasil que caminha para trás e retrocede décadas na história?

 

“Se os Tubarões Fossem Homens”

Autor Bertolt Brecht

Tradutora Christine Röhrig

Ilustrador Nelson Cruz

Editora Olho de Vidro

Preço R$ 49,90 (2018, 48 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Hilda Hilst não entendia as ‘crionças’ e ganha único livro infantil https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/03/22/hilda-hilst-nao-entendia-as-crioncas-e-escreveu-unico-poema-infantil/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/03/22/hilda-hilst-nao-entendia-as-crioncas-e-escreveu-unico-poema-infantil/#respond Fri, 22 Mar 2019 22:18:07 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/abre-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2814 Quando a Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, confirmou que a autora homenageada na edição do ano passado seria Hilda Hilst, os organizadores do evento apresentaram a sua literatura como uma produção que gira em torno do amor, da morte, do misticismo e da transcendência.

Um resumo, é claro. Mas um cartão de visitas que pode ajudar a abrir as portas do universo da escritora para um público mais amplo.

É mais ou menos isso o que faz também “Eu Sou a Monstra”. O poema infantil de Hilst (leia a íntegra aqui), publicado agora na forma de um livreto, com costura externa e pinta de artesanal, ultrapassa a simples diversão entre pais e filhos ou a história para ser lida antes de dormir.

Os versos funcionam como introdução à obra da autora –com um ingrediente raro: eles são capazes de seduzir tanto crianças quanto adultos.

Talvez porque Hilst não fosse tão fã assim dos pequenos. “Eu não entendo as ‘crionças’. Elas não me entendem. Ficam olhando para mim, esquisitíssimas”, disse certa vez. “Crionças” é como ela se referia a essa faixa etária, em uma mistura de criança com onça.

A falta de idealização da infância fazia Hilst tratar meninos e meninas em pé de igualdade. Sobretudo um: Daniel, filho do espanhol Mora Fuentes, amigo da autora que visitava sua Casa do Sol, sítio em Campinas, no interior paulista, que servia de retiro artístico.

Daniel, que hoje é presidente do Instituto Hilda Hilst, era chamado por ela de “meu amigo Daniel” –e essa é a dedicatória de “Eu Sou a Monstra”, que foi escrito para o garoto e, até onde se sabe, é a única produção infantil de Hilst.

“Eu sou a Monstra./ Procuro o Daniel / Para desenhar comigo/ A Monstra no papel”, começa o texto, que é intercalado por desenhos feitos à mão pela escritora –mas que poderiam muito bem ter saído do caderno de uma criança.

O visual despretensioso e a linguagem direta repleta de quebras de expectativas ajudam a prender a atenção do leitor que ainda está aprendendo a ler. “Eu sou assim?/ A bruxa do mato/ Montada num cavaco?/ (atenção: é cavaco e não cavalo)”, escreve.

Mas aproxima também o adulto que busca um flanco de entrada na produção de Hilst. De certa forma, “Eu Sou a Monstra” pode ser o primeiro degrau que leva a “Da Poesia”, livro publicado pela Companhia das Letras que reúne a produção poética da autora.

Com uma vantagem. Em vida, Hilst lançou grande parte de seus livros de forma artesanal, alguns dos quais pelas mãos do editor Massao Ohno. A edição de “Eu Sou a Monstra” é uma reverência a isso, após a descoberta de sua literatura pelo mercado editorial.

 

Eu Sou a Monstra – Hilda Hilst para Crionças

Autora e ilustradora Hilda Hilst

Editora Quelônio

Preço R$ 60 (2018, 54 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
No centenário de Tatiana Belinky, lembre a autora em 5 livros https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/03/19/no-centenario-de-tatiana-belinky-lembre-a-autora-em-5-livros/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/03/19/no-centenario-de-tatiana-belinky-lembre-a-autora-em-5-livros/#respond Tue, 19 Mar 2019 13:20:07 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/afa322fdeeee72d7e7fa9411f4d35d04c015bc8f9117625e348d03d16e0f3185_5adf058be425f-1-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2807 O aniversário mesmo foi nesta segunda (18). A escritora Tatiana Belinky nasceu em 18 de março de 1919, na russa e gelada São Petersburgo, e provavelmente estaria comemorando seus cem anos com uma bela festa em sua casa, no Pacaembu, em São Paulo, sempre aberta para as crianças.

Mas o blog não conseguiu celebrar o centenário de uma das mais importantes escritoras da literatura brasileira porque o mundo dos livros infantojuvenis foi atropelado por uma notícia triste: João Carlos Marinho, autor do clássico “O Gênio do Crime”, morreu aos 83 anos na noite de domingo (17).

Ficou então para hoje a celebração de Belinky, que se mudou com a família para o Brasil quando ela tinha dez anos. Por aqui, publicou mais de 200 títulos, conheceu Monteiro Lobato, adaptou a obra da turma do Sítio do Picapau Amarelo para a televisão e fez parte da Academia Paulista de Letras.

Morreu em 2013, aos 94 anos. Mas seus livros continuam mais do que vivos.

Conheça cinco deles abaixo.

 

 

O GRANDE RABANETE

Inspirado nas histórias que Belinky ouvia do pai, é um desses contos acumulativos com coisas que vão se somando. No caso, um rabanete está tão preso ao chão que ninguém consegue tirá-lo da horta. Até que chega a vez do ratinho.

Editora Moderna

Preço R$ 48 (48 págs.)

 

LIMERIQUES DO BÍPEDE APAIXONADO

A escritora costumava dizer que o livro era um de seus favoritos. Limerique é um tipo de poema rimado e feito com cinco versos, forma que Belinky usou e abusou em sua obra. No título, os poemas contam a história de uma menina que só gosta de bichos e de um menino que é apaixonado pela garota. As ilustrações são de Andrés Sandoval.

Editora 34

Preço R$ 36 (36 págs.)

 

DEZ SACIZINHOS

Também composto por versos engraçadinhos, narra a morte de dez sacis: por vários motivos, como comida estragada, jejum por muitas horas, quebra de regras etc. Nessa brincadeira matemática, em que os seres do folclore são subtraídos, a autora mostra que números e versos nasceram um para o outro.

Editora Paulinas

Preço R$ 33 (16 págs.)

 

UM CALDEIRÃO DE POEMAS

Aqui os versos falam sobre os mais variados temas, sejam eles tristes ou felizes. Mas com uma particularidade: os 62 textos são traduzidos ou adaptados por Belinky, de autores como Lewis Carroll, Brecht e Goethe. As ilustrações são feitas por 25 artistas.

Editora Companhias das Letrinhas

Preço R$ 42,90 (80 págs.)

 

TRANSPLANTE DE MENINA

O livro é uma ótima oportunidade para quem deseja conhecer a vida da escritora. Nele, Tatiana Belinky narra suas memórias, da infância na Rússia e na Letônia até a vinda ao Brasil. Entre lembranças e brincadeiras, mostra como se tornou uma brasileira.

Editora Moderna

Preço R$ 48 (160 págs.)

 

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
5 livros para conhecer João Carlos Marinho, que morreu aos 83 anos https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/03/18/5-livros-para-conhecer-joao-carlos-marinho-que-morreu-aos-83-anos/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/03/18/5-livros-para-conhecer-joao-carlos-marinho-que-morreu-aos-83-anos/#respond Mon, 18 Mar 2019 22:04:37 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/JCM_01-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2798 Na noite deste domingo (17), a literatura infantojuvenil perdeu um de seus principais representantes.

Aos 83 anos, João Carlos Marinho, autor de “O Gênio do Crime”, morreu no hospital Sancta Maggiore da Mooca, na zona leste de São Paulo.  Ele estava internado para tratar de uma infecção.

“Ele era fabuloso. Trouxe algo completamente novo para a literatura infantojuvenil brasileira. ‘O Gênio do Crime’ tem um humor fresco, piadas que chegam ao nível de Mark Twain”, diz Pedro Bandeira.

Publicado em 1969, “O Gênio do Crime” fez 50 anos em fevereiro deste ano e inaugurou a as aventuras da Turma do Gordo, grupo de personagens adolescentes que protagonizaram 13 histórias.

Conheça abaixo cinco livros para mergulhar na obra do escritor e conhecer melhor a Turma do Gordo. Todos são publicados pela editora Global e custam R$ 45.

 

O GÊNIO DO CRIME (1969)

Foi com essa aventura que o autor se lançou no universo da literatura infantojuvenil e criou a Turma do Gordo. No livro, Edmundo, Pituca e Bolachão (o Gordo) —e, depois, Berenice— ajudam o dono de uma fábrica de figurinhas a descobrir quem é o criminoso por trás da falsificação de cromos raros, o que coloca o negócio do empresário e o hobbie dos personagens em risco. Com 60 edições e 14 reimpressões, o título vendeu cerca de 1,2 milhão de exemplares, segundo os cálculos de Marinho.

 

O CANECO DE PRATA (1971)

Corintiano e apaixonado por futebol, João Carlos Marinho levou o esporte para o centro da narrativa nesse livro —um dos primeiros a fazer isso na literatura infantojuvenil brasileira. Na história, Gordo e sua turma resolvem participar de um campeonato. Com o avanço das páginas, a obsessão pelo futebol vai em uma crescente que envolve manicômios, marcianos e um professor que ensina a quebrar a perna do adversário e que joga bombas na concentração dos oponentes.

 

SANGUE FRESCO (1982)

A aventura é uma das mais premiadas do escritor —e uma das mais ousadas. Nela, um criminoso sequestra crianças e as leva para um campo de concentração na Amazônia. “Uma amiga me trouxe o livro horrorizada, mas achei a história genial. Tem uma cobra que quer devorar crianças, algo muito ousado para a época. Eu já publicava alguns contos, mas imediatamente comecei a lançar meus livros também”, lembra Pedro Bandeira, criador de outra turma: a dos Karas. O livro foi vencedor do Jabuti.

 

BERENICE DETETIVE (1987)

O título leva o nome da namorada do Gordo, que aparece pela primeira vez já em “O Gênio do Crime”. O autor conta que, nesse livro, realizou um antigo desejo: criar uma história policial clássica, cheia de descrições e passagens realistas. A trama gira ao redor de uma escritora que é assassinada ao comer uma maçã envenenada que foi entregue por um dos alunos da escola. O problema é que muitas pessoas deram uma fruta para a vítima naquele mesmo dia, o que amplia a rede de suspeitos.

 

O FANTASMA DA ALAMEDA SANTOS (2015)

É o último livro da Turma do Gordo. Dessa vez, Gordo se muda para um casarão na rua paulistana e descobre que uma antiga moradora morreu ali misteriosamente. “Depois disso, ele decidiu que não ia mais escrever sobre a Turma do Gordo, então nosso contato diminuiu”, relembra Mauricio Negro, que ilustrou títulos do escritor para a editora Global. “O Fantasma da Alameda Santos” inova ao inserir smartphones e tecnologias na trama.

‘O Gênio do Crime’ autografado por João Carlos Marinho para um de seus filhos (Divulgação)

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Dinos brasileiros, lobisomem no dentista: 10 criaturas para conhecer nos livros https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/02/16/dinos-brasileiros-lobisomem-no-dentista-10-criaturas-para-conhecer-nos-livros/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/02/16/dinos-brasileiros-lobisomem-no-dentista-10-criaturas-para-conhecer-nos-livros/#respond Sat, 16 Feb 2019 13:11:00 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/miolo_dino08julho-6-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2783 Monstros gigantes, criaturas minúsculas, dinossauros tupiniquins, números que ganham vida. A literatura infantojuvenil é um prato cheio para criaturas fantásticas.

É grande a lista de seres que se tornaram clássicos e se incorporaram à vida de crianças do mundo todo. Grúfalos, monstros de Sendak, a Emília do Sítio do Picapau Amarelo, os lobos dos contos de fadas, o Gigante de Dahl

Mas há outras tantas criaturas desconhecidas que valem ser conhecidas. Confira abaixo uma seleção de dez delas.

 

*

 

CLÁSSICO DOS QUADRINHOS

Sucesso e premiada nos Estados Unidos, mas ainda pouco conhecida no Brasil, a série de quadrinhos “Bone” ganhou uma edição caprichada em português, colorida e com quase 450 páginas –a primeira de uma trilogia que deve estar completa até o fim do ano. Na história, três personagens que lembram fisicamente o Gasparzinho são expulsos de sua terra e acabam em um paraíso, onde atiçam forças malígnas. Fora do país, a HQ é cultuada tanto por crianças quanto por adultos e rendeu ao autor, Jeff Smith, dez prêmios Eisner e 11 Harvey.

 

“Bone: O Vale ou Equinócio Vernal”

Autor e ilustrador Jeff Smith

Tradutor Érico Assis

Editora Todavia

Preço R$ 79,90 (2018, 448 págs.)

Leitor avançado

 

*

 

PRIMO DO DRÁCULA

O criador do vampiro mais famoso de todos os tempos deu vida também a uma criatura encantadora: o número sete. O numeral, que ganhou diferentes significados ao longo dos tempos e foi cantado por Raul Seixas em “Os Números” (Sete dias da semana, sete notas musicais/ Sete cores do arco-íris nas regiões divinais) literalmente pinta o sete no livro “Quando o 7 Ficou Louco”. Nele, o menino Garotito e o corvo Sr. Gralha ouvem uma história maluca na escola e acabam mergulhando em uma aventura feita para ser lida mais do que sete vezes. Aliás… Adivinha quantas vezes o número aparece neste texto?

 

“Quando o 7 Ficou Louco”

Autor Bram Stoker

Ilustrador Mário Alencar

Tradutores Eduardo Bueno e Paula Taitelbaum

Editora Piu

Preço R$ 39 (2018, 48 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

*

 

CATÁLOGO DE EMOÇÕES

Quantos sentimentos cabem em você? No monstro do livro, alegria, tristeza, raiva, medo e calma. O que importa não é a quantidade, mas o que ele aprende a fazer com essas emoções. Quando está se sentindo estranho, meio bagunçado, o monstro coloca cada uma em um pote diferente. E, assim, aprende a lidar com elas. “O Monstro das Cores” não é um livro de destaque do ponto de vista literário, pois a autora parece primeiro escolher a mensagem que quer transmitir para depois escrever a história –o que faz com que a narrativa fique fechada, restrita, longe da boa literatura. Mas é um bom pontapé para um início de educação sentimental.

 

“O Monstro das Cores”

Autora e ilustradora Ana Llenas

Tradutora Rosana de Mont’Alverne

Editora Aletria

Preço R$ 42 (2018, 48 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

PSIU!

Nada de falar, nenhuma palavra, nenhuminha. A não ser que acerte o enigma, que não é o da esfinge, mas o do vilão Silêncio: qual é a maior palavra do mundo? No livro de Elifas Andreato, ilustrado por Fê (que assina os desenhos do José Simão aqui na Folha), o Silêncio sequestra a Curiosidade. A divertida fábula é mais do que um jogo com o alfabeto –ela investiga o próprio surgimento da cultura e das sociedades. Publicado agora em livro, o projeto já tinha inspirado em 2017 o álbum “Sem Você Não A”, de Tom Zé. Por isso, o título traz, incorporadas à história, as letras das músicas. Um convite para ler a obra e escutar o disco ao mesmo tempo.

 

“A Maior Palavra do Mundo”

Autor Elifas Andreato

Ilustrador

Editora Palavras

Preço R$ 46 (2018, 56 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

VERSÃO BRASILEIRA
Fernando Vilela, autor de livros como “Lampião e Lancelote”, faz uma mistura do Brasil com a Inglaterra e a Dinamarca em “Dino e Saura”. O título explora a pré-história do nosso país em uma aventura que pega uma pitada de “O Patinho Feio” com um pouquinho de “Romeu e Julieta”. No livro, Dino nasce em uma família de dinossauros que não é a sua. Cansado de ser diferente, resolve sair por aí na companhia de Saura, até que encontra criaturas mais parecidas consigo. O problema é que os novos parentes não gostam nada de sua amiga, o que faz a briga ficar mais feia do que a shakesperiana entre Capuletos e Montecchios. Além das ilustrações imperdíveis de Vilela, o livro encanta porque todas as espécies que aparecem são de bichos que realmente viveram no Brasil em um passado distante.

 

“Dino e Saura”

Autor e ilustrador Fernando Vilela

Editora Brinque-Book

Preço R$ 41,30 (2017, 36 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

LISTA DE ARREPIAR

O que mais deixa você com medo? Em “Coisas Arrepiantes”, Ilan Brenman faz uma lista daquelas –e, de quebra, apresenta uma série de criaturas escabrosas que só poderiam ter saído da imaginação. Um ogro no elevador, um lobisomem no dentista, uma múmia vendedora, uma geleca carnívora presa na coleira. Com quase nada de texto e ilustrações amalucadas de Guilherme Karsten, o livro é indicado para crianças pequenas, em início de alfabetização. Até porque, mais do que assustar, essas coisas arrepiantes garantem boas risadas.

 

“Coisas Arrepiantes”

Autor Ilan Brenman

Ilustrador Guilherme Karsten

Editora Harper Collins

Preço R$ 39,90 (2018, 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

O QUE VOCÊ FARIA?

Quando vê um caminho de formigas, o garoto do livro logo percebe que é um gigante para aquele animais. Mas… e se ele realmente fosse uma criatura colossal? Esse é o ponto de partida do livro escrito e ilustrado pelo espanhol Guridi, que, com cores e formas delicadas, mostra um gigante trocando as nuvens de lugar, regendo uma orquestra de pássaros, contando histórias para a Lua e ajudando os barcos perdidos no mar. Mas o menino percebe que ser uma pessoa muito maior que as outras nem sempre é uma boa ideia.

 

“Se Eu Fosse um Grande Gigante”

Autor e ilustrador Guridi

Tradutora Márcia Leite

Editora Pulo do Gato

Preço R$ 45,90 (2018, 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

SACI FEMINISTA

Esqueça Bela Adormecida, Branca de Neve ou Rapunzel. Na origem, bem lá atrás mesmo, todas esses contos clássicos tinham Sacisas como protagonistas –isso mesmo, Sacis fêmeas. A partir desse mote, José Roberto Torero adapta contos clássicos à luz das lendas brasileiras e de um certo progressismo dos costumes em tempos de #MeToo e primavera feminista. Com isso, a Sacisa Adormecida, quietinha em sua árvore, nega acompanhar o rapaz que a desperta. A Pererenzel, ilustrada com longos dreads, não quer nem saber de jogar suas madeixas para homem nenhum. Já a Sacinderela se apaixona pelo fazendeiro rico, mas nada de morar na Casa Grande –é ele quem se muda para a floresta.

 

“Contos de Sacisas”

Autor José Roberto Torero

Ilustradora Psonha

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 44,90 (2018, 48 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

*

 

INVENTÁRIO ANIMAL

Escrito pelo músico e escritor Arthur Nestrovski, o livro fez a cabeça de crianças há 15 anos e ganhou o prêmio Jabuti em 2003 –na época, publicado pela extinta Cosac Naify. O título ganha agora uma nova edição pela Companhia das Letrinhas, e um novo público pode conhecer essa coleção de criaturas. Algumas existem mesmo (a baleia, a traça, a saúva), enquanto outras fazem parte de um universo fantástico. São essas as mais inusitadas. A lista passa pelo abominável homem das neves, a cobra que come o próprio rabo e o unicórnio, por exemplo –todos ilustrados por Maria Eugênia.

 

“Bichos que Existem e Bichos que Não Existem”

Autor Arthur Nestrovski

Ilustradora Maria Eugênia

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 39,90 (2018, 56 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

ALFABETO PRÉ-HISTÓRICO

A de amor; B de bola; C de cachorro. Nada disso. A de Arqueoptérix; B de Bonitassaura; C de Criolofossauro. Em “ABCDinos”, cada letra do alfabeto é ilustrada por um animal pré-histórico diferente. Primeiro, eles ganham um textinho poético, que brinca com o nome do bicho. Mas, em seguida, vêm as informações científicas a respeito dele. Em tempo: o Arqueoptérix é a mais antiga ave conhecida; o Bonitassaura recebe esse nome porque teve se esqueleto encontrado na pedreira La Bonita, na Argentina; e o Criolofossauro foi assim batizado porque teve seus fósseis encontrados congelados –seu nome quer dizer “lagarto coroa do gelo”.

 

“ABCDinos”

Autores Celina Bodenmüller e Luiz E. Anelli

Ilustradora Graziella Mattar

Editora Peirópolis

Preço R$ 38 (2015, 68 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Roger Mello apresenta uma das primeiras escritoras da história em livro ilustrado https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/01/14/roger-mello-apresenta-uma-das-primeiras-escritoras-da-historia-em-livro-ilustrado/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2019/01/14/roger-mello-apresenta-uma-das-primeiras-escritoras-da-historia-em-livro-ilustrado/#respond Mon, 14 Jan 2019 14:36:07 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/abre-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2743 É verdade que nada se cria, tudo se transforma —ou tudo se copia, se você estiver mais para Chacrinha do que para Lavoisier. Mas isso não é necessariamente verdade para Enreduana. Um de seus poemas diz: “Algo foi criado que ninguém antes criou”.

Não se sinta culpado se nunca ouviu falar dessa escritora. Filha do rei Sargão, ela nasceu por volta de 2.300 a.C., na Mesopotâmia, e foi sacerdotisa de Ur, na Suméria (atualmente, sul do Iraque).
Mas o que deixou seu nome relevante até hoje foi a literatura. Autora de diferentes textos, como poemas e obras em devoção à deusa do amor e da fertilidade, Enreduana é tida como uma das primeiras escritoras e filósofas da história.

Agora, mais de quatro milênios depois, no florescer da primavera feminista e do movimento #MeToo, Roger Mello apresenta essa personagem em um livro ilustrado.

Com texto poético, que mistura versos e uma prosa recheada de cadência, o autor fala sobre a relação de Enreduana com o pai, o casamento com a deusa Inana, a entrada na política e a expulsão de Ur imposta pelo irmão.

Mello é um dos mais premiados ilustradores brasileiros —sendo o único do país a vencer o Hans Christian Andersen na categoria visual, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil.

Mas, curiosamente, não é ele quem assina os desenhos do novo título. Todas as imagens foram feitas por Mariana Massarani, que se inspirou na arte suméria para criar um desbunde visual.

Ilustrações, traços na areia e esculturas de argila compõem as páginas, que têm, ao mesmo tempo, cores vibrantes e tons que levam o leitor ao deserto mesopotâmico, como as que abrem este texto.

A parceria, porém, não é inédita. Mello e Massarani repetem em “Enreduana” a dobradinha que fizeram em “Inês” —livro lançado também pela Companhia das Letrinhas, em 2015, também sobre uma personagem feminina.

Nesse caso, a portuguesa Inês de Castro, amor proibido do príncipe Pedro, que foi assassinada a mando do rei. Segundo diz a lenda, ao assumir o trono, o apaixonado teria ordenado que ela fosse desenterrada, coroada rainha e tivesse a mão beijada por seus súditos. A história se tornou uma das mais conhecidas de Portugal, contada até em “Os Lusíadas”, de Camões.

Talvez por terem sido feitas por dois ilustradores, tanto a obra sobre a rainha portuguesa quanto a da poeta suméria têm imagens e texto praticamente siameses, impossíveis de serem separados. E podem ser lidas por crianças, adolescentes e adultos de qualquer idade, como costuma ocorrer com os bons livros ilustrados.

No caso de “Enreduana”, a narrativa é até um pouco difícil para os menores, fazendo com que a leitura mediada e a companhia de um adulto sejam parte integrante.

É como entrar em um deserto e desbravar suas partes impenetráveis. Não à toa o narrador do livro é um grão de areia. É esse pedacinho quem ganha voz e apresenta Enreduana —fazendo com que, voltando ao Chacrinha, ela se comunique e não se “trumbique” com o leitor de hoje.

 

Enreduana

Autor Roger Mello

Ilustradora Mariana Massarani

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 49,90 (2018, 44 págs.)

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0
Os 10 livros infantojuvenis de 2018 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/12/28/os-10-livros-infantojuvenis-de-2018/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/12/28/os-10-livros-infantojuvenis-de-2018/#respond Fri, 28 Dec 2018 13:13:30 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/melhores_2018-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2725 O ano está chegando ao fim, as uvas passas do Natal já descansam deprimidas nas geladeiras, o espumante do Ano-Novo aguarda a hora da virada –e lá vem a lista de livros infantojuvenis deste longo ano de 2018.

Qualquer seleção de livros diz mais sobre as preferências e leituras de quem fez a escolha. Por isso, abaixo está uma lista com clima de retrospectiva, com os dez títulos mais interessante que passaram pelo blog nos últimos 12 meses.

Em tempo: o Era Outra Vez andou meio ausente no último mês, mas voltaremos com tudo em 2019.

Até lá!

*

ARTE EXPLOSIVA

Obras de Basquiat utilizadas no livro “A Vida Não Me Assusta”

O título propõe o casamento entre a poesia da ativista Maya Angelou e a pintura de Jean-Michel Basquiat. E o efeito é explosivo. “A Vida Não Me Assusta” tem versos incisivos sobre o que pode nos amedrontar, ilustrados com as pinceladas de Basquiat. O artista traz à tona uma Nova York repleta de gangues, as paredes dos prédios de Manhattan e a brutalidade dos grafites. E, assim, abre as portas da arte contemporânea para as crianças, mostrando que a dureza pode ser, sim, ingrediente de uma obra infantil. Saiba mais aqui.

 

“A Vida Não Me Assusta”

Autores Maya Angelou e Jean-Michel Basquiat

Organização Sara Jane Boyers

Tradução Anabela Paiva

Editora Caveirinha

Preço R$ 49,90 (2018, 48 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

SEM REDENÇÃO

Crus, ásperos e sem uma redenção no fim. Assim são grande parte dos livros do mineiro Wander Piroli (1931-2006), ainda pouco conhecidos, discutidos e disponíveis nas livrarias. Três deles foram lançados para o público infantil pela editora Sesi-SP, com ilustrações de Odilon Moraes. Destaque para “O Matador”, que já teve uma edição anterior da Cosac Naify, e apresenta um menino que sonha em assassinar um passarinho. A busca pela morte do bicho ocorre em uma sequência visual verde que vai desembocando em vermelho sangue. Conheça outros livros de Odilon Moraes.

 

“O Matador”

Autor Wander Piroli

Ilustrador Odilon Moraes

Editora Sesi-SP

Preços R$ 36 ( 2018, 32 págs)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

*

UM PUXA O OUTRO

Os portugueses Isabel Minhós Martins e Bernardo P. Carvalho são dessas duplas que quase sempre produzem coisa boa. Ambos transformam simplicidade em livros que divertem e fazem pensar. E não é diferente em “É Mesmo Você?”. Nele, um papo muito doido carrega o leitor pela mão até a surpresa final. Tudo começa quando uma menina pergunta pela Inês. A partir daí, a narrativa entra em uma espiral que apresenta diferentes personagens em um casamento perfeito entre texto e imagem.

 

“É Mesmo Você?”

Autores Isabel Minhós Martins e Bernardo P. Carvalho

Editora 34

Preço R$ 37 (2017, 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

MAIS QUE UM PASSEIO

Pablo Lugones e Alexandre Rampazo partem de um passeio de bicicleta para criar uma narrativa tocante. O trajeto sobre duas rodas é, ao mesmo tempo, uma jornada de descobrimento e uma metáfora sobre a passagem do tempo e sobre como a vida e as pessoas pedalam por nossa história. Afinal, tanto na vida quanto na bicicleta, é sempre bom ter companhia, ir adiante e nunca perder o equilíbrio.

 

“O Passeio”

Autor Pablo Lugones

Ilustrador Alexandre Rampazo

Editora Gato Leitor

Preço R$ 41,30 (2017; 52 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

MATRIOSKA

Ilustração de “Uma História Pelo Meio” (ed. Positivo)

Mais lembrada por seus romances para adultos, Elvira Vigna tem uma importante obra infantojuvenil. Em “Uma História Pelo Meio”, ela narra o encontro de uma menina e um vendedor de pássaros. Mas, em vez de ser linear, o enredo é composto de uma história dentro da outra, como se fosse uma matrioska. Sem que o início do livro seja de fato o início da história, muda-se de ponto de vista como um pássaro troca de poleiro. Da menina ao irmão, da ave ao vendedor. Desdobramentos que instigam quem lê a criar as próprias aventuras. Saiba mais sobre a obra de Elvira Vigna.

 

“Uma História Pelo Meio”

Autora Elvira Vigna

Ilustradora Raquel Matsushita

Editora Positivo

Preço R$ 43,90 (2018, 56 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

*

POLÊMICA DO PRESIDENTE ELEITO

Quando era candidato à Presidência e foi entrevistado pelo Jornal Nacional, Jair Bolsonaro levou ao programa um livro infantil –e colocou o título no centro de um debate nacional. A obra era “Aparelho Sexual e Cia.”, que fala sobre educação sexual e estava esgotada no catálogo da Companhia das Letras (após isso foi reeditada). O presidente eleito informava incorretamente que o livro fazia parte do kit gay e que havia sido distribuído em escolas públicas –na verdade, exemplares haviam sido comprados pelo MinC. Saiba mais sobre o livro aqui. Conheça o conteúdo da obra aqui. 

 

“Aparelho Sexual e Cia.”

Autora Hélène Bruller

Ilustrador Zep

Tradutor Eduardo Brandão

Editora Seguinte

Preço R$ 39,90 (2007, 96 págs.)

Leitor avançado

 

*

 

PARA TODAS AS IDADES

“De Novo” não foi pensado especificamente para o público infantil. Mas pode ser uma boa pedida para crianças. Uma breve explicação técnica diria que o título é composto por seis livretos e que cada um é formado por quatro folhas dobradas em locais diferentes e costuradas entre si. Destaque para os folhetos mais visuais –sobretudo o que traz duas pessoas que ficam frente a frente e interagem, ou o que tem fotografias antigas, com pinta de serem do início do século 20, invadidas por intrusos à medida que avançam. Conheça a obra de Gustavo Piqueira. 

 

“De Novo”

Autor Gustavo Piqueira

Editora Lote 42

Preço R$ 70 (2018, 96 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

POESIA NO REFÚGIO

Fotoilustração de ‘Dois Meninos de Kakuma’

No livro, a pesquisadora Marie Ange Bordas utiliza fotoilustrações para narrar a vida de dois garotos refugiados, Geedi e Deng, inventados a partir de histórias reais. Para isso, ela passou o verão entre 2003 e 2004 no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia. Embora as imagens retratem uma realidade áspera, elas transbordam poesia. A partir das fotos captadas, Marie Ange cria montagens, produz colagens e sobrepõe ilustrações. Alguns dos desenhos e das esculturas inseridas nas cenas foram feitos por crianças e adolescentes de Kakuma. Clique aqui e saiba mais sobre o livro. 

 

“Dois Meninos de Kakuma”

Autora Marie Ange Bordas

Editora Pulo do Gato

Preço R$ 54,60 (2018, 72 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

*

 

MEDO DO NOVO

É do medo do desconhecido, próprio da infância e tão presente na vida adulta, que o autor e ilustrador Alexandre Rampazo faz brotar o livro, “Se Eu Abrir Esta Porta Agora…”, lançado pela editora Sesi-SP. Feito em formato sanfonado, a estrutura é como um esconde-esconde. De um lado, o menino tem a expectativa de abrir a porta e encontrar um monstro. Do outro, são as próprias criaturas que vivem a ansiedade de topar com um garoto do outro lado. Conheça o livro aqui.

 

“Se Eu Abrir Esta Porta Agora…”

Autor e ilustrador Alexandre Rampazo

Editora Sesi-SP

Preço R$ 44 (2018, 56 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

SUCESSO DO ANO

No universo de livros para crianças, um dos maiores sucessos de vendas no Brasil em 2018 tem nome e sobrenome: “A Parte que Falta”. No início do ano, a youtuber Jout Jout fez um vídeo sobre obra, publicada pela Companhia das Letrinhas, o que logo transformou a história do americano Shel Silverstein em best-seller no país –tanto que outros de seus livros passaram a ser lançados em seguida.

“A Parte que Falta”

Autor e ilustrador Shel Silverstein

Tradutor Alípio Correa de Franca Neto

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 44,90 (2018, 112 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 


GOSTOU?

Clique aqui e receba todas as novidades por email

Você pode entrar em contato com o blog pelo email blogeraoutravez@gmail.com

Ou pelo Instagram @blogeraoutravez

 

Conheça outros posts

]]>
0