Era Outra Vez https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br Literatura infantojuvenil e outras histórias Wed, 28 Aug 2019 18:58:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Estrela cria editora e começará a publicar livros infantis https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/03/07/estrela-cria-editora-e-comecara-a-publicar-livros-infantis/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/03/07/estrela-cria-editora-e-comecara-a-publicar-livros-infantis/#respond Wed, 07 Mar 2018 12:36:11 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/estrela-1-320x213.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2260 Uma nova editora especializada em livros para crianças será aberta no próximo mês –mas com um nome que já é velho conhecido de pais e filhos. A fabricante de brinquedos Estrela decidiu apostar no mercado editorial e começará a publicar títulos infantis.

“Faz parte do fortalecimento da empresa, visando os cem anos da Estrela. A companhia hoje é voltada para a criança como um todo. Não é apenas brinquedo”, comenta Carlos Tilkian, presidente da fabricante que completou 80 anos em 2017.

A Editora Estrela Cultural lançará os primeiros dez títulos em abril –mas todos já estão sendo exibidos na Abrin, a principal feira de brinquedos do país, que recebe profissionais do setor até esta quinta (8), em São Paulo. Até a Bienal do Livro, que ocorrerá de 3 a 12 de agosto na cidade, a previsão é de que o catálogo já conte com 40 ou 50 obras, todas voltadas para bebês e crianças. Se confirmada a projeção, serão cerca de dez lançamentos por mês.

O escolhido para tocar o novo braço da companhia foi Beto Junqueyra, autor de livros infantojuvenis com carreira ligada ao marketing. Segundo ele, o projeto editorial será de fortalecimento da literatura nacional, escolhendo sempre escritores e ilustradores brasileiros. “Mas com livros que se preocupem com a interatividade com a família”, diz.

Traduzindo: as obras tentarão priorizar um diálogo com o universo dos brinquedos e dos jogos.

A coleção dedicada à literatura de cordel, por exemplo, virá com material para pintar e carimbar, lembrando a técnica de xilogravura. A série sobre folclore, feita pela dupla Lalau e Laurabeatriz, é acompanhada de um quebra-cabeça. A adaptação de “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, de Júlio Verne, conta com quebra-cabeça, corda e cartas. Uma coleção sobre insetos vem com massinhas Super Massa, que é marca da Estrela.

Todos os títulos integrados a objetos e brinquedos serão comercializados em caixas. Os preços variam de R$ 29,90 a R$ 79,90, e as vendas ocorrerão em lojas de brinquedos e em livrarias. Editais do governo e clubes de leitura também estão no radar da fabricante.

“É um livro-brinquedo diferente dos que existem hoje no mercado. Queremos que essa interatividade enriqueça a leitura. Não seja um mero acessório”, afirma Tilkian.

Além de Lalau e Laurabeatriz, a escritora Heloisa Prieto também terá um título entre os primeiros lançamentos da nova editora: “Coração Musical de Bumba Meu Boi”. Confira estas e outras capas abaixo:

 

MUDANÇAS NO NEGÓCIO

A criação da editora faz parte de uma variação mais ampla nos negócios da Estrela. A companhia divulgou que também passará atuar na venda de cosméticos para crianças. De acordo com Tilkian, essa é uma tendência global.

Uma loja no shopping Morumbi, em São Paulo, está sendo instalada para comercializar esses produtos, que serão produzidos por outras empresas.

Segundo consultores de varejo e marketing ouvidos pela Folha em janeiro, essas mudanças são uma tentativa de reavivar o apelo emocional da marca, sobretudo nos pais. Vale lembrar que a Estrela quase foi à falência nos anos 2000, principalmente pela concorrência com os brinquedos chineses.

 


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10 livros para ‘viajar’ nas férias https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/12/10/10-livros-para-viajar-nas-ferias/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/12/10/10-livros-para-viajar-nas-ferias/#respond Sun, 10 Dec 2017 05:00:12 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/zJANOSCH_PANAMA_P18-180x75.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2016 Dezembro chegou, janeiro está no horizonte –e as férias escolares já são realidade. 

Nesta época, muitos pais quebram a cabeça para decidir o que fazer com os filhos, quais passeios escolher e, principalmente, para onde viajar. Mas vários destinos podem estar escondidos bem debaixo do nariz das crianças: dentro da própria casa ou na biblioteca mais próxima.

Confira abaixo dez livros que fazem leitores viajarem sem precisar de passaporte, fazer as malas ou levantar da cama.

 

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ATENÇÃO, MARUJOS

Publicado em 2004 e vencedor do  prêmio Jabuti no ano seguinte, “Nau Catarineta” reúne quadrinhas populares sobre tripulantes de uma travessia marítima. Relançado, o livro leva o leitor para as grandes navegações e para o cancioneiro português do século 16, com estrofes marcadas pelo medo do naufrágio, por figuras míticas como a do diabo e a saudade típica lusitana da terra de origem. Tudo na companhia de ilustrações de Roger Mello, que são uma explosão de cores.

 

“Nau Catarineta”

Autor e ilustrador Roger Mello

Editora Global

Preço R$ 49 (2017; 44 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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A MESTRE-SALA DOS MARES

Poucos conhecem mais o mundo e os seus segredos do que os piratas. E, entre eles, Grace O’Malley foi uma viajante de carteirinha. Na Irlanda do século 16, a jovem corsária navegou por todos os mares, tanto que suas façanhas ficaram famosas entre trovadores e poetas da época –inclusive com a rainha. Mas cuidado ao entrar nesse navio, pois ele é cheio de batalhas, naufrágios, reféns e reviravoltas. Heloisa Prieto, uma das autoras, já escreveu sobre a pirata na “Folhinha” (leia aqui).

 

“Grace O’Malley – A Pirata Invencível”

Autores Heloisa Prieto e Victor Scatolin

Ilustrador Ângelo Abu

Editora SM

Preço R$ 45 (2016, 64 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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LONGA JORNADA

A crise global de refugiados fez com que muitos livros infantis sobre o tema fossem lançados no Brasil. Um dos últimos é “O Caminho de Marwan”. Inspirado em uma história real, ele acompanha a jornada de um garoto por desertos e fronteiras, rumo ao desconhecido. Nesse caminho, Marwan deixa um rastro de histórias antigas, canções de sua antiga aldeia e um cheiro “de chá e de pão, de jasmim e de terra”. Com tom poético, a obra marca a estreia da nova editora Trioleca.

 

“O Caminho de Marwan”

Autora Patricia de Arias 

Ilustradora Laura Borràs

Editora Trioleca

Preço R$ 42 (2017, 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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 DESTINO CERTO?

O Panamá tem cheiro de banana e é o país dos sonhos do tigrinho e do ursinho, personagens criados pelo alemão Janosch. Mas como chegar ao tão desejado destino? Com mochila nas costas, eles perguntam para uma raposa velha e para uma vaca, enfrentam chuvas e dormem na casa de uma lebre e de um ouriço (ilustração do tigre e do urso abre este texto). Será que vão chegar ? Ou nem vão sair do próprio quintal? Uma coisa é certa: qualquer viagem é transformadora –inclusive as que acontecem na própria vizinhança.

 

“Ah, Como É Lindo o Panamá!”

Autor e ilustrador Janosch 

Tradutor José Feres Sabino

Editora Iluminuras

Preço R$ 41 (2016, 48 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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 DO OUTRO LADO DO MUNDO

Pilar é uma menina de fazer inveja: ela vai a qualquer lugar do mundo com a ajuda de uma rede mágica –e leva a gente junto. No sexto livro da série, que já passou por locais como Egito, Amazônia e Machu Picchu, acompanhamos a garota em uma voltinha na China. Como a edição abusa de fotos, ilustrações, recadinhos e um mapa da região, a sensação é a de que estamos lendo um diário de viagem. E, de quebra, conhecemos mais sobre lendas, comidas, filósofos e a cultura milenar daquele país.

 

“Diário de Pilar na China”

Autora Flávia Lins e Silva

Ilustradora Joana Penna

Editora Pequena Zahar

Preço R$ 54,90 (2017, 200 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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 ROLÊ NO BAIRRO

O menino adora andar por aí com o avô. Os dois descem escadarias, aguardam na fila do correio, conhecem  vizinhos e exploram ruas, portões e poças das redondezas. Cada pedaço do bairro traz uma surpresa (ou seria uma viagem?), que é acentuada pela poesia e pela delicadeza do texto e das ilustrações. Como a escritora é portuguesa, a narrativa traz uma sonoridade e algumas expressões que ajudam a tirar o leitor da zona de conforto (ou seria um convite para outra viagem?).

 

“Andar Por Aí”

Autora Isabel Minhós Martins

Ilustradora Madalena Matoso

Editora 34

Preço R$ 37 (2017, 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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COMO ESCAPAR DE UM NAUFRÁGIO?

Quais são os dois maiores perigos de uma viagem por mares desconhecidos? As tormentas, é claro. Mas também as calmarias. No livro de Ivan Jaf, para adolescentes, três figuras convivem no convés de uma travessia marítima. Gregório de Matos, padre Antônio Vieira e um mestre marujo tentam sobreviver a bordo do galeão São Paulo com ajuda de arte, fé e ciência, no meio do Atlântico.

 

“Três Maneiras de Manter a Alma Unida ao Corpo”

Autor Ivan Jaf

Ilustrador Samuel Casal

Editora Scipione

Preço R$ 43,90 (2015, 96 págs.)

Leitor avançado

 

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 MÃOS DADAS

Já reparou como as linhas das nossas mãos parecem estradas? Elas mostram os caminhos que percorremos desde que nascemos. As mãos guiam também o livro da premiada ilustradora Marilda Castanha, que, de mãos dadas com o leitor, narra o crescimento de uma menina e de sua família. Com frases curtas e estilo próprio, que a fez ser vencedora do Nami Concours deste ano, na Coreia do Sul, Castanha mostra com delicadeza a viagem da passagem do tempo.

 

“A Quatro Mãos”

Autora e ilustradora Marilda Castanha

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 44,90 (2017, 72 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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 LINHA DE HISTÓRIAS

À primeira vista, uma linha está fadada a ficar para sempre quieta em seu lugar. Até que, no livro, uma delas aprende a tropeçar, a dar cambalhotas e até a voar. Só que a liberdade traz também alguns problemas, como a chance de se romper. O texto metafórico, repleto de nós, pedras e ondas, o título traz à tona as transformações e os riscos de qualquer viagem.

 

“A Linha”

Autora Vana Campos

Ilustradora Mariana Ardito

Editora Cachecol

Preço R$ 38 (2015, 42 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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 PASSAPORTE CARIMBADO

Após viver um ano em Luanda, em Angola, o jornalista Sérgio Túlio Costa lançou um livro para jovens que é um verdadeiro passaporte para a África. Feito como se fosse um almanaque, ele mistura histórias em quadrinhos, fotos, mapas e até conversas de celular para dar um panorama revelador do continente. Nele, conhecemos o semba angolano (estilo musical do país), o trabalho em couro feito no Marrocos, a história colonial do continente e outras curiosidades e informações saborosas.

 

“Com os Pés na África”

Autora Sérgio Túlio Caldas

Ilustrador Fefê Torquato

Editora Moderna

Preço R$ 50 (2016, 104 págs.)

Leitor intermediário

 

Ilustração de Dora Coelho

 


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Que tal dar um livro na Páscoa para as crianças? Veja 10 dicas https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/04/13/que-tal-dar-um-livro-na-pascoa-para-as-criancas-veja-10-dicas/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/04/13/que-tal-dar-um-livro-na-pascoa-para-as-criancas-veja-10-dicas/#respond Thu, 13 Apr 2017 19:20:38 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/Ameninaqueengoliu_iluminuras_DIV-page-001_topo-180x77.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=1378 Por que não trocar livros na Páscoa? 

Em um ano em que o chocolate subiu 12,61% segundo dados da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o que afeta diretamente o preço dos ovos, o livro pode ser uma opção mais barata de lembrança nesta época do ano.

Para ajudar nessa empreitada, abaixo estão dez dicas para crianças e adolescentes. Mas claro que ninguém precisa trocar o supermercado pela livraria nem deixar de comprar ovos de chocolate, colombas e outras guloseimas que entopem almoços de família. O livro pode muito bem ajudar a compor o presente.

Em tempo: na lista abaixo, nenhuma das obras fala sobre coelhos e doces –assim como não costumamos optar por histórias de Papai Noel nos presentes de Natal nem escolhemos livros sobre bolos para dar de aniversário.

 

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VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?

A frase acima é de uma das músicas mais famosas dos Titãs: “Comida”, de 1987. Se a Amanda do livro “A Menina que Engoliu o Mundo” fosse responder a essa pergunta, ela não teria dúvidas –gostaria de abocanhar o mundo inteiro. E não é que o autor e ilustrador Fê, que faz semanalmente as imagens da coluna do José Simão na Folha, ajuda a garota a conseguir? Amanda engole oceanos, o trânsito das cidades, as ogivas nucleares, os bichos e os vulcões. Sempre com uma fome insaciável de mais e mais coisas (a imagem que abre este texto é do livro). Será que ela vai ficar gorda, como a Bárbara do conto do escritor Murilo Rubião, já comentado aqui no blog? Isso não posso contar. Mas certamente ela vai crescer.

 

“A Menina que Engoliu o Mundo”

Autor e ilustrador

Editora Iluminuras

Preço R$ 41 (2017; 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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RESGATE DA INFÂNCIA

Não é de hoje que o escritor João Anzanello Carrascoza, um dos principais contistas brasileiros, vai adensando sua obra infantojuvenil com histórias que iluminam sentimentos e olhares das crianças (já falei sobre livros dele aqui e aqui). De certa forma, esses temas também aparecem nos seus premiados livros adultos –mas é no infantil que os contos ganham um verniz de delicadeza apurado. O recém-lançado “Caixa de Brinquedos” resume essa trajetória desde primeira narrativa da obra, “Princípio, sobre um menino que desenha numa folha de papel como um Deus cria o mundo. Mas há também o que esquece seus brinquedos na hora de ir à praia, o que vai conhecer a casa da nova vizinha… Coisas aparentemente sem importância, mas das quais Carrascoza consegue extrair fina poesia.

 

“Caixa de Brinquedos”

Autor João Anzanello Carrascoza

Ilustradora Larissa Ribeiro

Editora SM

Preço R$ 41 (2017; 56 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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FUTEBOL NO INFERNO

De um lado, o time traz na escalação nomes como Minotauro, Brutus, Judas, Centauro e Ferrabrás. De outro, a esquadra leva a campo arcanjo Gabriel, Davi, Adão e Moisés. A partir de um jogo de futebol, “A Divina Jogada” leva crianças e adolescentes a um passeio por Inferno, Purgatório e Paraíso –o mesmo trajeto feito por Dante em “A Divina Comédia”, clássico do século 14. O texto da paródia futebolística é feito em verso, assim como o original, e traz ilustrações de Eloar Guazzelli que lembram aquarela e poderiam muito bem estar num quadro –tamanho não seria problema, já que o livro tem quase dois palmos de altura.

 

“A Divina Jogada”

Autor José Santos

Ilustrador Eloar Guazzelli

Editora Nós

Preço R$ 40 (2015; 64 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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HISTÓRIAS DA ARTE

Como este blog já comentou, o autor e ilustrador Renato Moriconi gosta de brincar com algumas mentirinhas que os livros contam. Em “O Dia da Festa” não é diferente. A história fala de uma lenda antiga que profetiza a chegada de um unicórnio à Terra –animal mágico que pode dar a invencibilidade ao rei que o montar. Mas, enquanto a trama se desenrola, as ilustrações mostram que outra aventura pode estar acontecendo bem na frente dos nossos olhos. Como se fossem quadros, os desenhos misturam pinceladas e colagens de Moriconi a obras de artistas famosos: de Francisco Goya a Tarsila do Amaral. Destaque para o leão do quadro “O Reino Pacífico”, de Edward Hicks, vestido com um chapeuzinho de aniversário.

 

“O Dia da Festa”

Autor e ilustrador Renato Moriconi

Editora Pequena Zahar

Preço R$ 54,90 (2017; 48 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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MAIS UMA FESTA

A menina dá um salto às seis da manhã: hoje é sábado e temos que ir à festa do André, que está fazendo três anos. Mas a festa é só à tarde. Em “A Festa de Aniversário”, Ilan Brenman e Fernando Vilela guiam o leitor pela impaciência da garotinha e a lerdeza dos pais. Enquanto ela é sábia como uma coruja e pula como um canguru, os adultos parecem tartarugas e acordam feito araras despenteadas. Será que a tal festa é no zoológico? O livro, publicado pela Panda Books, é uma nova edição do título que já havia saído pela editora DCL em 2007 –mas com ilustrações atualizadas e nova capa de Fernando Vilela.

 

“A Festa de Aniversário”

Autor Ilan Brenman

Ilustrador Fernando Vilela

Editora Panda Books

Preço R$ 34,90 (2017; 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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TRADIÇÃO MILENAR

Você já ouviu falar do tradicional teatro de bonecos japonês chamado bunraku? O livro de Heloisa Prieto e Victor Scatolin “Namida – As Lágrimas de uma Princesa” não apenas ajuda a resgatar e apresentar essa tradição milenar, como também a atualiza para o Brasil de hoje. Na história, uma menina descendente dos orientais e um garoto ocidental acabam se aproximando no colégio e decidindo criar uma peça de teatro baseada na tradição. Tudo isso em meio a uma viagem iminente ao Japão e a época de vestibular. E aí vem a parte mais interessante da obra: nas últimas páginas, há o texto integral do espetáculo –o faz com que a obra possa ser lida, mas também encenada.

 

“Namida – As Lágrimas de uma Princesa”

Autores Heloisa Prieto e Victor Scatolin

Ilustradora Janaina Tokitaka

Editora Escrita Fina

Preço R$ 31,60 (2016; 112 págs.)

Leitor avançado

 

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MENINAS SUPERPODEROSAS
A narrativa é de contos de fadas, mas “Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes” traz a história real de cem mulheres do mundo que se rebelaram de alguma forma e ajudaram a transformar o planeta. A ideia surgiu com duas italianas que desejavam mostrar a meninas que elas podiam lutar contra os estereótipos, mas também a crianças de qualquer gênero que mulheres fizeram um monte de coisas legais: foram astronautas, cientistas, tatuadoras, marinheiras, matemáticas… Cada uma das histórias vem acompanhada por uma ilustração –no total, mais de 60 mulheres emprestaram seus traços a biografias que vão de Malala Yousafzai a Nina Simone, da brasileira Cora Coralina à Cleópatra.

 

“Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes”

Autoras Elena Favilli e Francesca Cavallo

Tradutores Carla Bitelli, Flávia Yacubian e Zé Oliboni

Editora V&R

Preço R$ 99,90 (2017; 207 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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AVENTURA COLORIDA

O que é possível fazer com dois lápis coloridos? As crianças do livro “Missão” encontram um rei raptado, navegam com um polvo, caminham nas costas de um rinoceronte e até voam com uma libélula gigante. Com ilustrações coloridas, ora realistas, ora próximas do universo infantil, o autor Aaron Becker cria uma jornada fantástica sem usar nenhuma palavra. “Jornada”, aliás, é o nome do primeiro livro da trilogia, que usa o mesmo princípio e funciona como introdução ao universo da nova obra: nele, a menina explora um mundo de sonhos com um lápis vermelho na mão.

 

“Missão”

Autor e ilustrador Aaron Becker

Editora Galerinha

Preço R$ 49,90 (2017; 48 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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CONTOS DA ÁFRICA

Em todo início de ano, barquinhos ganham o mar lotados de flores em oferenda a Janaína ou Iemanjá. Mas o que está por trás de tudo isso? “O Fuxico de Janaína” traz uma narrativa inspirada em diversas tradições culturais africanas e nos relatos orais de Angola, nas qual ficamos conhecendo, por exemplo, Janaína e Kaitimba, um caçador encantado pelo oceano. Além de Kassinga, Micaiá e outros nomes muitas vezes distantes do universo infantojuvenil. As ilustrações de Paulicia Santos trazem cores e formas africanas e ajudam a conduzir a história.

 

“O Fuxico de Janaína”

Autores Janaína de Figueiredo e Tata Kajalacy

Ilustradora Paulicia Santos

Editora Aletria

Preço R$ 35 (2015; 40 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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FOLIA DE REIS

Há duas maneiras de explicar as coisas do mundo: com a ciência e com as histórias. E não seria diferente com as montanhas do Rio de Janeiro. Podem até dizer que o Corcovado ou o Dois Irmãos surgiram por causa de algum movimento das placas tectônicas. Mas há quem jure que foi por causa de um rei, um bruxo e uma princesa que não sabia dançar. Na trama de “O Rei que Amava Música”, a filha do monarca está aflita porque não conhece nenhum passinho e seu baile de 15 anos se aproxima. A única solução é um bruxo que deseja levá-la para viver eternamente em seu reino. O que isso tem a ver com as montanhas? Tudo… Ou nada. Depende do ponto de vista –e essa é a graça da literatura.

 

“O Rei que Amava Música”

Autora Ana Luiza Braga

Ilustradora Ionit Zilberman

Editora Galocha

Preço R$ 32 (2016; 42 págs.)

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Soluções mirabolantes para o aquecimento global guiam livro sobre crise do ambiente https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/solucoes-mirabolantes-para-o-aquecimento-global-guiam-livro-sobre-crise-do-ambiente/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/solucoes-mirabolantes-para-o-aquecimento-global-guiam-livro-sobre-crise-do-ambiente/#respond Mon, 07 Nov 2016 06:14:30 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/ILUSTRACAO_APOCALIPSE_c-180x83.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=720 Tudo o que você já ouviu sobre como reverter o aquecimento global é pura balela. Esqueça o velho mantra que recomenda reciclar, reduzir e reutilizar. Nada de diminuir os gases do efeito estufa ou combater a poluição. A melhor solução para os problemas ambientais não é atacar as causas disso tudo, mas aprender a conviver com os distúrbios e a contorná-los.

Para isso, vale enviar espelhinhos ao espaço para refletir a luz do Sol ou mesmo colocar um guarda-sol gigantesco sobre a Terra para protegê-la do aquecimento. Parece loucura? Se não há consenso na comunidade científica sobre causas nem a existência de um aquecimento artificial e acelerado do planeta, o escritor Rodrigo Lacerda costura essas e outras soluções absurdas no livro “Todo Dia É Dia de Apocalipse”, inspirado em reportagens e pesquisas reais sobre o combate ao aumento da temperatura na Terra.

Com uma narrativa que mistura a crise ambiental com transformações pelas quais passamos ao longo da vida, a obra apresenta um jornalista que vai a uma conferência da ONU sobre mudanças climáticas e é exposto às ideias mirabolantes (e assustadoras, se pensarmos que, embora exageradas, elas têm um pé na realidade) dos cientistas.

Com ironia e humor afiados, o livro se agarra à literatura para tocar em pontos que podem gerar discussões importantes sobre ciência e atualidade –e ser útil para escolas criarem exercícios interdisciplinares que envolvam as aulas de português, geografia, química e outras relacionadas.

 

“Todo Dia É Dia de Apocalipse”img_429

Autor Rodrigo Lacerda

Ilustradora Mariana Valente

Editora FTD

Preço R$ 40 (2016; 80 págs.)

Leitor avançado

Lançamento 26/11, na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731, São Paulo; 11 – 3062-1063)

 

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AVENTURAS DE CAVALARIA

Um jovem e destemido cavaleiro, embora ainda pouco experimentado na arte de salvar donzelas e matar dragões, viaja acompanhado da bela Una para tentar matar o monstro que aprisiona os pais da jovem. Pelo caminho, os dois se separam, e Una precisa enfrentar magos, rainhas e outras criaturas para tentar reencontrar seu cavaleiro.

Até então inédita no Brasil, a história é um clássico do poeta inglês Edmund Spenser, considerado um dos principais nomes da literatura da Renascença da Inglaterra, e foi recontada para o português por Heloisa Prieto e Victor Scatolin. Embora escrito em prosa, o livro traz alguns dos versos originais do inglês e suas respectivas traduções.

 

“Una e o Leão”616668_una-e-o-leao-739780_l1_636101415730858000_c

Autor Edmund Spenser

Adaptação Heloisa Prieto e Victor Scatolin

Ilustrador Jan Limpens

Editora Sesi-SP

Preço R$ 39 (2016; 112 págs.)

Leitor avançado

 

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DIÁRIO DE UM (QUASE) BANANA

Greg Heffley, o atrapalhado e azarado personagem da série “Diário de um Banana”, encontraria um bom amigo em Arthur A. Bean, que estrela o novo livro “Um Ano na Vida de um Gênio”. Os dois são um pouco deslocados e estão prestes a ter a cabeça enfiada em uma privada por um dos “australopitecos” da escola.

Se bem que eles provavelmente brigariam em algum momento. Enquanto Heffley é pessimista e se acha o maior pé esquerdo da paróquia, Bean é até um pouco arrogante: considera-se um gênio e um escritor famoso em potencial –o futuro J. K. Rowling e inventor do próximo “Harry Potter”. Para isso, ele precisa apenas ganhar o concurso de contos deste ano.

O livro traz justamente alguns dos contos e poemas do garoto, intercalados com e-mails que ele manda para os amigos, cartas enviadas para o professores e trechos de seu diário. Sem narrador, a história é uma colcha de retalhos em que ficamos conhecendo a genialidade de Arthur A. Bean e suas peripécias durante um ano letivo.

 

“Um Ano na Vida de um Gênio”ano-na-vida-de-um-genio

Autora Stacey Matson

Tradutora Sandra Martha Dolinsky

Editora Geração Jovem

Preço R$ 34,90 (2016; 264 págs.)

Leitor avançado

 


 

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Vivemos a ‘época do like’ na literatura, afirma Heloisa Prieto; leia entrevista https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2016/10/19/vivemos-a-epoca-do-like-na-literatura-afirma-heloisa-prieto-leia-entrevista/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2016/10/19/vivemos-a-epoca-do-like-na-literatura-afirma-heloisa-prieto-leia-entrevista/#respond Wed, 19 Oct 2016 14:16:53 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/Literatura-a-escritora-Heloisa-Prieto-posa-para-foto-com-sua-gata-Mixirica-na-biblioteca-de-sua-casa-em-São-Paulo-SP.-São-Paulo-SP-24.04.2008.-Foto-de-Bruno-MirandaFolhapress-180x101.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=629 As redes sociais não influenciam apenas os conteúdos dos livros feitos para adolescentes –basta lembrar que o topo das listas de mais vendidos está há meses dominado por youtubers, que foram a grande atração da Bienal do Livro de São Paulo deste ano. Pelo contrário: likes e compartilhamentos influenciam diretamente também a decisão de qual livro o leitor, principalmente o mais jovem, vai escolher –algo que antes ficava restrito ao boca a boca com os amigos e às críticas na imprensa.

“A gente vive a época do like, do efeito manada que indica sempre as mesmas coisas”, diz a escritora Heloisa Prieto, criadora de histórias tanto para crianças quanto para adolescentes –um de seus últimos livros, “A Una e o Leão”, acaba de ser lançado pela editora Sesi. O blogueiro, que na teoria serviria como um canal de opinião individual, ao diversificar ideias, encontrar histórias desconhecidas ou falar com grupos específicos, acaba não fazendo isso. E indica, na maioria das vezes, os mesmos best-sellers de sempre. “Por que raios você só deve gostar, adorar, recomendar um livro?”, pergunta Prieto.

Mas ressalta: as listas de livrarias (e os youtubers e blogueiros de plantão) podem enganar. Há muita gente lendo em bibliotecas, comprando livros em sebos e se interessando por histórias que não são captadas pelos radares mais tradicionais.

Leia abaixo entrevista com a autora.

 

*

 

Folha- As listas de livros mais vendidos para adolescentes estão com muita história de youtuber e pouca literatura. O que está acontecendo?

Heloisa Prieto – Essas listas são todas baseadas em vendas de livraria, né? Elas dão uma falsa impressão de que só isso está sendo lido. Só que existe muita gente que não chega ao livro pela livraria. Compra na banca, na internet, em outros lugares. Lê na biblioteca, nos eventos de periferia –o Sarau do Binho, por exemplo, é muito forte. Existe um mundo fora das livrarias e dos circuitos mais conhecidos.

Teve uma vez, por exemplo, que uma leitora veio me pedir um autógrafo. Mas, no lugar de um livro, ela trouxe um caderno onde tinha transcrito a história inteira. Quando perguntei por que tinha feito aquilo, ela me disse que estava em liberdade assistida e que não podia tirar o livro do lugar onde cumpria pena. Então copiou tudo no caderno para pegar o autógrafo. É forte, muito bonito. A leitura não chegou nela via livraria. Isso não consta na lista de mais vendidos. Tem muita coisa boa acontecendo, edições independentes que estão esgotadas, poetas originais que encontram o seu público.

 

Esses best-sellers influenciam de alguma maneira a produção de livros para adolescentes?

Está acontecendo uma contaminação crescente da linguagem do roteiro norte-americano na literatura. É sempre a mesma estrutura: arco narrativo um e dois, ponto de virada um e dois e toda essa trajetória que, em certa medida, sempre existiu. É igualzinha à usada em livros como “Sabrina” e outros que se preocupam mais em ser confortáveis do que em instigar. O Quixote só lia besteiras, por isso ele vira maluco. É essa a crítica que o Cervantes faz. A besteira que ele lia naquela época são hoje as histórias de youtubers, os “Game of Thrones”.

A literatura instigante, aquela que faz pensar, que faz sentir, é menos da moda. O que fica famoso é o livro que você pode controlar. Mas isso varia, claro. A mesma galera que lê “Crepúsculo”, costuma gostar de literatura gótica, por exemplo. E os livros góticos não têm fim aconchegante, não acabam como se imagina. As duas coisas acontecem em paralelo.

 

A gente vive a ditadura do blogueiro que só recomenda o best-seller?

A gente vive a época do like, do efeito manada que indica sempre as mesmas coisas. Isso é o oposto da sensação de encontrar um livro que seja seu. Eu adoro me sentir parte do todo, viver o clima de estádio de futebol, de show de rock. Mas o problema disso na literatura é quando você se preocupa muito com o best-seller, cria unanimidades, e esquece o long-seller. Nunca me interessei em ser best-seller. Quero ser alguém que permanece. O problema é que não se valoriza esse tipo de obra hoje.

O blogueiro, que era para ser um canal de opinião individual e ajudar a diversificar opiniões, acaba tornando tudo mais homogêneo. Sartre dizia que o crítico é o protetor do bolso do burguês [risos]. Ele recomenda gastar dinheiro com isso, não com aquilo. Só que assim você acaba com uma coisa muito legal: o ódio. Existem mil maneiras de se gostar de um livro –e uma delas é odiar. Os likes acabam com a possibilidade do conflito. Por que raios você só deve gostar, adorar, recomendar um livro? A literatura desloca, gera indagações, medos.

 

O adolescente é mais suscetível a esse efeito manada, ao like?

Com certeza. Mas também faz parte da adolescência, depois de se distinguir da família, buscar se diferenciar do próprio grupo. Encontrar o que é só seu. Mas claro que o livro que é recomendado pelo like, que fica badalado, também é importante. Tem hora que você está no trem e só quer saber se o detetive vai descobrir quem foi que cometeu o assassinato. Quer sangue. Quando sua mente está cansada, esse tipo de leitura é muito legal. Seu desejo é ter um livro que você domine –e não o contrário.

 

Não é possível juntar as duas coisas? Fazer um best-seller que faça pensar?

O Umberto Eco fez “O Nome da Rosa” assim, né? Apostou que faria um best-seller, foi lá e fez. É divertido brincar com esses códigos. Ele usou toda a estrutura clássica, o conflito de quem matou quem, o mistério de quem vai ficar com quem –algo que é usado exaustivamente em novelas. E, com isso, criou um livro maravilhoso.

Tudo é um jogo narrativo. Não existe uma história que não beba na fonte de “Dom Quixote” ou de “O Apanhador no Campo de Centeio”. São livros matriciais. As histórias da saga “Crepúsculo” tinham momentos de idílio ou conversa, o que é algo muito presente nas novelas de cavalaria, em Platão. Era algo que havia sido esquecido no romance moderno, mas que os vampiros recuperaram. As histórias hoje são feitas com muita ação. Como os roteiros de filme norte-americano.

 

‘Crepúsculo’ é uma saga muito feminina, assim como várias outras histórias que estão nas listas de mais vendidos. Best-sellers são feitos mais para meninas?

As meninas estão lendo muito. Mas não é algo novo. A gente teve a Biblioteca das Moças [coleção de livros publicados para o público feminino até a década de 1960]. Estou preparando um livro que me fez pesquisar essa coleção, que eu herdei da minha avó. Todas as histórias eram absolutamente iguais. Assim como acontece hoje, só que elas tinham outra pegada. Por exemplo: as “it girls” hoje são as meninas elegantes. Mas, naquela época, em que já existia esse termo, eram as meninas mais selvagens, que usavam saia curta, chocavam a sociedade. Mas, no fundo, é o mesmo.

O livro previsível é igual o fenômeno das novelas, o fascínio que “Chaves” exerce entre crianças e jovens. Quando eu era professora, lembro que os pais odiavam “Chaves”. Eles vinham me perguntar por que os filhos não desgrudavam do programa, que tinha sempre o mesmo começo, meio e fim. Justamente por isso. Porque é previsível. O livro previsível é um aconchego.

 

As meninas hoje estão discutindo mais questões de gênero e feminismo, mas isso não fez a busca por livros aconchegantes diminuir.

A gente vive em uma sociedade muito árida, sem momentos mágicos, sonhos. O urbano é muito desprovido de imaginação e criatividade. Então, o livro vira uma projeção.

 

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NOME Heloisa Prieto // IDADE 62 anos // LIVROS RECOMENDADOS “1001 Fantasmas”, “Andarilhas”, “As Três Faces da Moeda” // LIVRO FAVORITO NA INFÂNCIA Coletânea de contos do Hans Christian Andersen

O autor sabe que está escrevendo um livro previsível?

Sabe, claro. O que ele não sabe é a mensagem. As crianças e os jovens me perguntam qual é a mensagem da história que escrevi. Sei lá. Quando você escreve, existe uma tendência, uma afirmação mais ampla. Mas não tem uma mensagem óbvia. O escritor não tem controle. A linguagem conduz para outros lugares, coloca outros níveis de percepção. A tal mensagem depende da leitura. Da autoria da leitura.

 

Como assim?

Na autoria da leitura, não existe efeito manada nenhum. Você é o cocriador do livro. Tenho muitos leitores que mostraram partes das minhas histórias que eu não tinha percebido. Não via daquela maneira. Cada pessoa ressignifica a obra do seu jeito. Esse é o exercício legal, o barato da leitura. E é isso o que tornaria um blogueiro ou um youtuber que fala de literatura mais instigante. Não cairia naquele papel do Sartre, de ser o crítico que só diz o que o burguês deve ou não comprar. Iria contra a tendência do like.

 


 

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Harry Potter ganha livro ilustrado no Brasil –e esse é só o primeiro https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2016/07/08/harry-potter-ganha-livro-ilustrado-no-brasil-e-esse-e-so-o-primeiro/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2016/07/08/harry-potter-ganha-livro-ilustrado-no-brasil-e-esse-e-so-o-primeiro/#respond Fri, 08 Jul 2016 15:51:41 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2016/07/wallpaper_desktop-Boat1-180x101.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=78 A Rocco publicou há poucas semanas a primeira edição ilustrada de “Harry Potter” no Brasil. Com 256 páginas, a nova versão de “A Pedra Filosofal” tem desenhos coloridos e vibrantes feitos pelo britânico Jim Kay –ao virar as páginas, dá a sensação de que as ilustrações ficam entre a psicodelia de “Alice no País das Maravilhas” e a Terra Média de “O Senhor dos Anéis”.

Com texto integral, o livro representa uma mudança visual para a obra de J. K. Rowling. Harry, Rony e Hermione ganharam rosto pela primeira vez com os filmes inspirados na série do bruxinho órfão. Agora eles tomam um banho de loja.

Mas essa não vai ser a única edição ilustrada. Em outubro, a segunda aventura do personagem, “Harry Potter e a Câmara Secreta”, também ganhará ilustrações e será lançada nos Estados Unidos e na Inglaterra. Segundo o site “Pottermore”, serão 115 novos desenhos para a história. Dá para dar uma olhada nelas aqui. Ainda não há data de lançamento no Brasil

E o ilustrador já está trabalhando no terceiro volume da série: “O Prisioneiro de Azkaban”.

Confira abaixo mais três dicas de leitura.

 

Harry Potter e a Pedra Filosofal (ilustrado)

Autora J.K. Rowling (tradução Lia Wyler)

Ilustrador Jim Kay

Editora Rocco

Preço R$ 119,50 (256 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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INFÂNCIA DE PROUST

Marcel Proust, autor de “Em Busca do Tempo Perdido” e considerado um dos maiores escritores de todos os tempos, adorava ler as histórias de George Sand quando criança. O autor, na verdade, era uma mulher –George é o pseudônimo da baronesa Dudevant.

Uma de suas histórias foi resgatada pela escritora Heloisa Prieto, que é fã de Proust. “Fadinha” fala sobre uma menina encantada, que inventa poemas mágicos e conversa com os animais. Um dia a vida da garota muda quando um menino bate à porta de sua casa para procurar o irmão gêmeo perdido na mata.

 

FadinhaFadinha_grande

Autor George Sand

Adaptação Heloisa Prieto

Ilustradora Laurabeatriz

Editora Bamboozinho

Preço R$ 34 (60 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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TÉDIO EM PRETO E BRANCO

Às vezes bate um desânimo tão grande que até parece que o mundo perde a cor e fica todo em preto e branco. No caso do Benjamin, personagem do livro “Felicidade Tem Cor”, nada mais parecia ter graça: os jogos de videogame, as brincadeiras no pátio da escola, o tempo livre no quarto de casa…

Até que a menina Alice aparece e mostra que não é tão difícil colorir um mundo acinzentado. A história ajuda a ser contada pelas ilustrações, que começam todas em preto e branco e depois vão ganhando os mais variados tons.

A obra foi produzida por uma marca de roupas infantis para acompanhar sua coleção de inverno. Na versão da loja, um catálogo acompanha o livro. Mas ele pode ser adquirido sem o folheto comercial nas livrarias.

 

Felicidade Tem Cor915xTgHVvTL.SL720

Autores Karin Hueck e Fred Di Giacomo

Ilustração Mariana Salimena

Editora Matrix

Preço R$ 21,90 (32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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PATINHO FEIO DA ORTOGRAFIA

O história do Patinho Feio já ganhou infinitas versões na literatura. É impossível contar quantos livros usam a mesma trama do famoso conto de fadas, com personagens –personagens que se sentem diferentes do resto dos membros da família e depois acabam se encontrando. Acontece com o clássico “Flicts”, do Ziraldo, por exemplo. Acontece no novo livro “Ponto de Exclamação”.

Na história, um ponto de exclamação se sente deslocado quando vive com uma série de pontos finais. Até que encontra um ponto de interrogação tagarela que não para de fazer perguntas.

 

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Ponto de Exclamação

Autora Amy Krouse Rosenthal (tradução Monica Stahel)

Ilustração Tom Lichtenheld

Editora WMF Martins Fontes

Preço R$ 39,90 (56 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 


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