Era Outra Vez https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br Literatura infantojuvenil e outras histórias Wed, 28 Aug 2019 18:58:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Editora arrecada mais de R$ 80 mil para lançar contos de fadas nórdicos no Brasil https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/10/01/editora-arrecada-mais-de-r-80-mil-para-lancar-contos-de-fadas-nordicos-no-brasil/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/10/01/editora-arrecada-mais-de-r-80-mil-para-lancar-contos-de-fadas-nordicos-no-brasil/#respond Mon, 01 Oct 2018 19:55:37 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/abre-320x213.jpg https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2614 Já foi a época em que o Patinho Feio era apenas um filhote gorducho e tristonho, com pinta de ter saído de um desenho animado dos anos 1980. Ou que a Branca de Neve dançava feliz na floresta, rodeada por anões com bochechas redondas feitas por Walt Disney.

Já foi o tempo também em que as versões originais desses contos de fadas e fábulas vieram à tona e serviram de inspiração para uma série de livros, muitos deles mais voltados para o público adulto, com histórias que nada têm de coloridas, bonitinhas e açucaradas.

São títulos que trazem, por exemplo, a Rapunzel dos irmãos Grimm, que fica grávida do príncipe enquanto está presa na torre. Ou a leitura de Charles Perrault para “Chapeuzinho Vermelho”, em que o Lobo acaba por devorar a menina no final.

Agora a hora é outra. E o interesse pelos contos de fadas originais saiu do universo das histórias conhecidas para alcançar as narrativas das quais nunca ouvimos falar. É o que mostra, por exemplo, um financiamento coletivo feito pela editora Wish para publicar no Brasil uma coletânea de 24 contos nórdicos e uma canção antiga da região.

Com campanha aberta até a próxima segunda (8), a vaquinha na plataforma Catarse já recebeu cerca de R$ 82 mil até o momento –mais de 300% da meta, que era de R$ 26.720.

“Lemos uma quantidade absurda de histórias para fazer a seleção final. Tivemos que tirar alguns contos que são ótimos, mas que não tinham tanto a ver com a cultura nórdica”, conta Marina Avila, fundadora da editora e à frente do projeto de “Os Melhores Contos de Fadas Nórdicos”.

As narrativas vieram de cerca de dez autores, todos nascidos na região que engloba Dinamarca, Suécia, Noruega, Islândia e Finlândia. Entre eles, o mais conhecido por aqui certamente é o dinamarquês Hans Christian Andersen, considerado o pai da literatura infantojuvenil e conhecido por clássicos como “O Patinho Feio” e “A Pequena Sereia” –nenhum dos dois estará no novo livro, que tem previsão de lançamento para janeiro de 2019 e publicará contos pouco falados por aqui, como “A Leste do Sol e a Oeste da Lua”, “A Noiva da Floresta”  e “O Monte Élfico”.

Como estão todos em domínio público, a maior parte foi traduzido do inglês, a partir de versões acessadas digitalmente em sites de diferentes bibliotecas. Mas cinco das histórias foram trazidas do sueco e do norueguês: “A Troca”, “Linda-Gold e o Velho Rei”,  “O Anel”, “Princesa Tuvstarr” e “Heiemo og Nykkjen” (Heiemo e o espírito da água, em tradução livre).

Com a meta superada em mais de três vezes, a edição terá preocupação maior com o acabamento e virá com capa dura, mais de 300 páginas, ilustrações internas e duas cores nas páginas.

Fundada em 2014, a Wish vem se especializando em publicações que resgatam obras em domínio público. “A nossa proposta é fazer o resgate literário de livros antigos, com novas traduções e adaptações”, diz Marina.

Em 2016, a editora fez um financiamento coletivo para lançar “Contos de Fadas em Suas Versões Originais”, que alcançou mais de 800% da meta original e arrecadou R$ 25.474 –um terço do que os nórdicos já conseguiram. No ano passado, foi a vez de levantar coletivamente R$ 29.550 para o segundo volume da coleção. Neste ano, foram arrecadados R$ 35.298 em uma vaquinha para publicar “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco”, que inspirou o filme de Tim Burton (2008).

Em todos os casos, os doadores recebem o livro lançado e outros mimos como recompensa, dependendo do valor gasto. Depois de lançadas, as obras ficam à venda no site da editora. “Não estamos nas livrarias por causa das condições de consignação, desconto no preço de cada exemplar e demora no pagamento. Para a Wish, seria perder dinheiro.”

A ideia é continuar lançando contos clássicos de diferentes regiões, entre eles de países africanos. Todos a partir de financiamentos coletivos. “Se tiver um projeto gráfico legal, se forem histórias que não estão disponíveis e se tiver claro quem é o seu público, a chance de sucesso é grande”, garante Marina.

Layout da capa do livro, que tem previsão de lançamento para janeiro de 2019

 


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Escritora japonesa e ilustrador russo ganham ‘Nobel’ da literatura infantil https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/03/27/escritora-japonesa-e-ilustrador-russo-ganham-nobel-da-literatura-infantil/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/03/27/escritora-japonesa-e-ilustrador-russo-ganham-nobel-da-literatura-infantil/#respond Tue, 27 Mar 2018 12:14:36 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/12998369_10208161316443573_6919889698156567731_o-320x213.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2336 Os dois vencedores do prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil, foram anunciados nesta segunda (26). Eiko Kadono e Igor Oleynikov tiveram os nomes confirmados no primeiro dia da Feira do Livro Infantil de Bolonha, o mais importante evento do setor.

Kadono nasceu em Tóquio em 1935 e tem ligação próxima com o Brasil. A autora viveu por aqui durante dois anos, quando tinha 25 anos. O país inspirou um de seus trabalhos “Ruijinnyo Shōnen, Burajiru o Tazunete” (“Brasil e Meu Amigo Luizinho”), sobre um garoto que adora dançar samba.

Vencedora de diversos prêmios e de uma obra que atinge mais de 200 trabalhos, ela é mais conhecida por “Majo No Takkyūbin” (“Kiki’s Delivery Service”), que foi adaptado para uma animação pelo diretor Hayao Miyazaki (de “A Viagem de Chihiro”).

Já o outro vencedor, Oleynikov, também é conhecido por sua interface com o cinema. Nascido em Moscou em 1953, ele começou a trabalhar com animações antes de ilustrar livros para crianças. Foi em 1986 que passou a criar imagens para publicações infantis, sendo que hoje são mais de 80 livros para esse público –entre eles, edições de textos clássicos.

Seus personagens parecem saídos de mundos mágicos, transitando entre o humano e o animal. Uma de suas ilustrações abre este texto.

Oleynikov e Kadono, que não têm livros atualmente no Brasil, receberão o prêmio no próximo congresso internacional da IBBY (International Board on Books for Young People), em agosto. A entidade entrega a distinção a cada dois anos em reconhecimento à trajetória de um escritor e de um ilustrador.

O Brasil já teve três vencedores do Andersen. Lygia Bojunga, em 1982, e Ana Maria Machado, em 2000, ganharam na categoria texto. Roger Mello, em 2014, foi o primeiro latino-americano a vencer na categoria ilustração –e, por enquanto, o único. Neste ano, o país indicou Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi ao prêmio, mas seus nomes não ficaram entre os finalistas.

A Feira de Bolonha acontece até quinta (29) na cidade italiana.

 


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Conheça os finalistas do ‘Nobel’ da literatura infantil https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/01/22/conheca-os-finalistas-do-nobel-da-literatura-infantil/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2018/01/22/conheca-os-finalistas-do-nobel-da-literatura-infantil/#respond Mon, 22 Jan 2018 13:30:14 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/Albertine-Ecole-des-loisirs-180x86.png http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=2133 Os 11 finalistas do prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil, foram divulgados na última semana pelo IBBY (International Board on Books for Young People), entidade responsável pela premiação.

Os cinco escritores selecionados são Marie-Aude Murail (França), Farhad Hassanzadeh (Irã), Eiko Kadono (Japão), Joy Cowley (Nova Zelândia) e Ulf Stark (Suécia). Entre os nomes que concorrem na categoria para ilustradores estão Pablo Bernasconi (Argentina), Linda Wolfsgruber (Áustria), Xiong Liang (China), Iwona Chmielewska (Polônia), Igor Oleynikov (Rússia) e Albertine (Suíça). Saiba mais sobre cada um deles abaixo.

A lista foi escolhida por um conselho de dez jurados. As brasileiras Marina Colasanti e a Ciça Fittipaldi chegaram a ser indicadas ao prêmio, mas não ficaram entre as finalistas. É bom lembrar que o Brasil já teve três vencedores do Andersen. Lygia Bojunga, em 1982, e Ana Maria Machado, em 2000, ganharam na categoria texto. Roger Mello, em 2014, foi o primeiro latino-americano a vencer na categoria ilustração –e, por enquanto, o único.

Os vencedores em cada categoria serão anunciados no dia 26 de março, na Feira do Livro Infantil de Bolonha.

O evento, que vai até o dia 29 de março, é considerado o principal encontro para editores, autores e agentes ligados ao livro infantojuvenil. Neste ano, além dos profissionais brasileiros que viajarão para a cidade italiana, a autora e artista plástica Stela Barbieri vai representar o Brasil no evento. Ela foi escolhida para fazer parte do time de ilustradores cujas obras serão expostas –no total, serão 76 profissionais de 25 países.

 

*

 

OS FINALISTAS

 

Escritores

 

Marie-Aude Murail (França, 1954)

Estudou na Sorbonne e escreveu diversos livros para crianças, muitos dos quais sob o pseudônimo Moka. Seus livros mais conhecidos são os que aparecem o personagem Émilien Pardini, um garoto que vive sozinho com sua mãe. No Brasil, a editora SM publicou “Tantã” (2009), sobre um rapaz de 22 anos que tem mentalidade de uma criança de três.

 

Farhad Hassanzadeh (Irã, 1962)

Autor iraniano, trabalha com literatura infantil e juvenil por mais de 25 anos. Já escreveu novelas, poemas e adaptou velhos contos do país –além de ter escrito biografias e ensaios jornalísticos. Seus livros costumam falar sobre os efeitos da guerra, a migração forçada, o amor adolescente e os moradores das regiões mais pobres.

 

Eiko Kadono (Japão, 1935)

Embora tenha nascido em Tóquio, Kadono viveu no Brasil por dois anos quando tinha 25 anos –o país inspirou um de seus trabalhos “Ruijinnyo Shōnen, Burajiru o Tazunete” (“Brasil e Meu Amigo Luizinho”), sobre um garoto que adora dançar samba. Vencedora de diversos prêmios, ela é mais conhecida por “Majo No Takkyūbin” (“Kiki’s Delivery Service”), que foi adaptado para uma animação pelo diretor Hayao Miyazaki (de “A Viagem de Chihiro”).

 

Joy Cowley (Nova Zelândia, 1936)

Desde os anos 1960, a autora não para de escrever e já bateu a marca de 600 livros publicados –grande parte deles, velhos conhecidos de escolas e alunos da Nova Zelândia. Também escreve para adultos, sobretudo obras espirituais. Um de seus livros mais técnicos foi publicado no Brasil pela Gryphus em 2014: “Escrevendo com o Coração – Como Escrever Para Crianças”.

 

Ulf Stark (Suécia, 1944-2017)

Está entre os mais conhecidos autores suecos de livros para crianças. Autor de mais de 30 livros infantis e juvenis, traduzidos para mais de 20 idiomas (entre eles, o português), Stark morreu em junho do ano passado, vítima de um câncer. A Callis publicou por aqui “Você Sabe Assoviar?”, em 2007.

 

Ilustradores

 

Pablo Bernasconi (Argentina, 1973)

Conhecido por ilustrar para a imprensa, como para os jornais “Clarín” e “The New York Times”, Barnasconi é também ilustrador e autor de livros para crianças. No total, publicou cerca de dez obras autorais –várias delas publicados no Brasil pela Girafinha, caso de “Excessos e Exageros” (2008), “O Diário do Capitão Arsênio” (2007) e “O Zoo de Joaquim” (2009).

 

Linda Wolfsgruber (Áustria, 1961)

Premiada ilustradora, desenvolve um trabalho com escolas e instituições culturais relacionado à leitura e à criatividade, encorajando crianças a participarem de seu processo criativo. Wolfsgruber morou em Teerã, onde trabalhou com artistas, estudantes e meninas, e também desenvolveu um projeto em que ilustrou histórias africanas com a ajuda de crianças. Seus livros foram traduzidos para mais de 15 línguas.

 

Xiong Liang (China, 1975)

É um dos principais autores de livros ilustrados de Pequim. Com um estilo delicado, explora o diálogo entre a tinta e o vazio do papel, lembrando as aquarelas chinesas tradicionais. Em suas histórias, cada objeto parece ter alma e ser detentor de sentimentos e pensamentos. Ele já havia sido indicado ao Hans Christian Andersen.

 

Iwona Chmielewska (Polônia, 1960)

A ilustradora desenvolve uma pesquisa sobre a relação entre imagem e texto, construindo narrativas visuais inovadoras. Entre os temas que já abordou em suas obras estão a deficiência, a injustiças e a sensação de não se enquadrar em uma vida comum. Ela acaba de ser publicada no Brasil. A editora Pulo do Gato lançou no ano passado “Diário de Blumka”.

 

Igor Oleynikov (Rússia, 1953)

Antes de se dedicar aos livros para crianças, Oleynikov começou a trabalhar com animações. Em 1979, ingressou no estúdio russo Soyuzmultfilm, com sede em Moscou. Foi em 1986 que passou a ilustrar publicações infantis e, depois, livros para esse público. Seus personagens parecem saídos de mundos mágicos, transitando entre o humano e o animal.

 

Albertine (Suíça, 1967)

A artista plástica colabora com diferentes publicações suíças e de língua francesa. Começou a ilustrar livros infantis com o marido, o escritor Germano Zullo. Em pouco tempo, suas obras passaram a ser premiadas –sempre com um traço simples e, ao mesmo tempo, impactante (como os da imagem que abre este texto). A editora 34 publicou no Brasil o excelente “Os Pássaros” (2013) e “Dadá” (2014).

 


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10 livros de Marina Colasanti para comemorar os 80 anos da escritora https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/09/26/10-livros-de-marina-colasanti-para-comemorar-os-80-anos-da-escritora/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/09/26/10-livros-de-marina-colasanti-para-comemorar-os-80-anos-da-escritora/#respond Tue, 26 Sep 2017 09:26:54 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/colasantiabre-180x94.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=1757 A escritora Marina Colasanti completa 80 anos nesta terça (26), mas o presente chegou semanas atrás. A autora, que nasceu na Eritreia, veio pequena para o Brasil e tem hoje uma das obras infantojuvenis mais instigantes do país, foi anunciada no início do mês como vencedora da 13ª edição do Prêmio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil –distinção criada em 2005 como forma de reconhecer escritores de língua portuguesa e espanhola.

Com o troféu, que será entregue em novembro durante a Feira de Guadalajara (México), Colasanti se junta a Bartolomeu Campos de Queirós e Ana Maria Machado, que venceram o mesmo prêmio em 2008 e 2012, respectivamente. E coloca mais um reconhecimento na estante. A autora já recebeu sete Jabutis e é a atual indicada do Brasil para o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura para crianças e jovens. Os finalistas serão anunciados em janeiro de 2018.

Para homenageá-la no dia em que faz 80 anos, o blog selecionou dez livros infantojuvenis de Colasanti, pinçados de uma obra que contém contos de fadas, crônicas, poemas e até ilustrações. A lista é grande e deve aumentar ainda mais em breve.

Para este mês, está previsto o lançamento de “Quando a Primavera Chegar” (Global), uma coletânea de contos. As livrarias devem receber também neste ano “Mais Longa Vida” (poesia para adultos) e “Classificados e nem Tanto 2” (pequenas poesias para crianças), ambos pela Record. Isso sem falar no trabalho como tradutora –um dos mais recentes é a versão em português da letra de “Imagine”, composição de John Lennon, publicada como livro pela V&R.

Confira a lista abaixo.

 

 

*

 

VOCÊ CRIARIA UM POMBO?

Chamadas de “ratos com asas”, as pombas das cidades são quase todas imundas, causadoras de doenças, com imensas falhas nas penas e partes do corpo faltando. Mas Tom não era nem um pouco assim. Saudável e com reflexos arroxeados pelo corpo, o pássaro foi criado com todo o mimo pela escritora Marina Colasanti na vida real. E inspirou o livro “Breve História de um Pequeno Amor”, que ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro de ficção em 2014 –algo raro para uma obra infantojuvenil.

 

“Breve História de um Pequeno Amor”

Ilustradora Rebeca Luciani

Editora FTD

Preço R$ 48 (2013; 48 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

*

 

ALÔ, ALÔ, FREGUESIA

Apesar da internet e dos sites especializados, muita gente ainda anuncia coisas no jornal: carro usado, apartamento bem localizado, bicicleta quase nova. Mas e anúncio de pombo oferecendo serviços de correio? Ou casa assombrada para alugar, caracol em busca de sol e grafite procurando seu muro? Essas imaginações ganham espaço em “Classificados e Nem Tanto”, em que a autora transforma anúncios em 80 poemas curtos e divertidos.

 

“Classificados e Nem Tanto”

Ilustrador Rubem Grilo

Editora Galerinha

Preço R$ 44,90 (2010; 96 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

FUNDO DO POÇO

Um dos livros mais emblemáticos de Colasanti, “Ana Z, Aonde Vai Você?” é ilustrado e escrito pela autora e mistura fantasia e realidade ao narrar a ida de Ana ao interior de um poço (ou será de si mesma?). No caminho, encontra uma velha que costura um fio de água e decide seguir os peixes para recuperar um objeto valioso. Ao mesmo tempo delicado e ousado, a obra foi vencedora do Jabuti de 1994 e teve diversas reimpressões e edições a partir de então. Pena que hoje não é muito fácil de ser encontrado: o livro não consta no site da editora Ática, mas pode ser comprado nas páginas de algumas livrarias ou em sebos.

 

“Ana Z, Aonde Vai Você?”

Editora Ática

Preço R$ 44,50 (2007; 88 págs.)

Leitor avançado

 

*

 

LINHAS MÁGICAS

Como num conto de fadas, a moça tinha um tear mágico. Podia tecer um peixe para comer, um pouco de leite, os pingos da chuva e a própria escuridão na hora de dormir. Até que um dia se sentiu sozinha e decidiu fazer um marido com as suas linhas. Quando o homem chegou, pensou em costurar também filhos para a vida ficar ainda mais completa. Mas o rapaz quis palácios, cavalos, servos e todo o tipo de exigência –mas cuidado: quem das linhas veio, às linhas pode voltar.

 

“A Moça Tecelã”

Ilustrador Demóstenes Vargas, com bordados das irmãs Dumond

Editora Global

Preço R$ 45 (2004; 20 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

CONTOS REUNIDOS

Quem disse que contos de fadas pertencem ao passado? Durante toda a sua carreira, Marina Colasanti explorou essas formas clássicas de um jeito moderno, mas sem abrir mão de objetos mágicos, princesas, cavaleiros e encantos. “Mais de 100 Histórias Maravilhosas” reúne contos escritos em mais de três décadas, num panorama pulsante da carreira da escritora. São mais de 400 páginas, nove livros em ordem cronológica e mais um inédito.

 

“Mais de 100 Histórias Maravilhosas”

Editora Global

Preço R$ 65 (2015; 432 págs.)

Leitor avançado + leitura compartilhada

 

*

 

LEIA ANTES DE CRESCER

“Antes de Virar Gigante” é uma amostra da variedade da escrita de Colasanti. O livro compila contos, poemas, crônicas e trechos de obras que mostram a autora jogando em todas as posições do campo, ajudando sempre o leitor em uma tarefa complexa e árdua: crescer. E daí vem o título. A infância não deixa de ser a fase que antecipa o instante em que a pessoa se torna “gigante”, olha os adultos na mesma altura e adquire outra visão de mundo –quase sempre, sem as fantasias do enxergar do menino.

 

“Antes de Virar Gigante – E Outras Histórias”

Editora Ática

Preço R$ 43,50 (2010; 104 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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POESIA DO DIA A DIA

Poesia escorre de pequenas coisas aparentemente sem importância em um dos recentes livros de Marina Colasanti. Em “Tudo Tem Princípio e Fim”, rimas certeiras falam de pragas de plantas, do surfista rumo à praia, de um besouro morto ou da barata que apareceu sobre a escova de dente. Vale gastar versos com isso? A autora mostra que sim. Ela faz o poema descer do salto alto para se debruçar no dia a dia –e se aproximar da criança (tenha ele 8 ou 80 anos).

 

“Tudo Tem Princípio e Fim”

Editora Escarlate

Preço R$ 39 (2017; 80 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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ALMANAQUE POÉTICO-ANIMAL

A centopeia tem cem pés, mas quem resolveu contar tantas patinhas? E se perder uma delas, será que o inseto fica manco? Ou ainda: existe bicho com um pé e cem cabeças? É com esse espírito de brincadeira e curiosidade infantil que a escritora cria poemas sobre diferentes animais, misturando informações, jogos de palavras e características que só existem na imaginação. E aproveita para mostrar outra face de seu trabalho artístico: o de ilustradora.

 

“Cada Bicho, Seu Capricho”

Editora Global

Preço R$ 35 (2000; 16 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

*

 

CAMINHOS QUE FALAM

Tem história que é contada por reis, aventureiros, animais, escravos… Mas e por uma estrada? No livro, a escritora dá voz a uma via que ainda é nova e não gosta muito de seu destino asfaltado. O contrário: ela quer ser igual ao rio que corre ao seu lado, livre e todo irregular. Para fazer isso, ela pede ajuda ao vento, que encrespa o concreto na tentativa de transformá-la em um curso d’água. Mas claro que não consegue. E, para piorar, ninguém mais quer passar por uma estrada com asfalto ruim. E agora?

 

“Uma Estrada Junto ao Rio”

Editora FTD

Preço R$ 43 (2005; 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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MUNDOS DISTANTES

Explorando mais uma vez a forma dos contos de fadas, Colasanti narra em “23 Histórias de um Viajante” o encontro entre um príncipe superprotegido e um andarilho. Acostumado com o medo e os muros, o monarca fica fascinado com o estrangeiro e decide acompanhá-lo em suas andanças. E daí vem o salto do livro: sem abrir mão das formas clássicas, a escritora esbarra em temas muito contemporâneos. Quem hoje não conhece uma criança tratada como príncipe, mas que nunca viu nada além dos muros de seu “reino”?

 

“23 Histórias de um Viajante”

Editora Global

Preço R$ 59 (2005; 224 págs.)

Leitor avançado + leitura compartilhada

 


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10 livros com personagens surpreendentes https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/09/18/10-livros-com-personagens-surpreendentes/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/09/18/10-livros-com-personagens-surpreendentes/#respond Mon, 18 Sep 2017 10:32:11 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/willy-180x112.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=1745 Alguns livros são inesquecíveis por um ingrediente que vai além da história, da trama ou da aventura: seus personagens, que podem ficar dias, anos ou mesmo a vida inteira martelando a nossa cabeça.

Como pensar na obra de Monteiro Lobato sem a temperamental boneca de pano Emília? Ou não se envolver com Sherlock Holmes, Madame Bovary, Capitu, Dom Quixote, Capitão Nemo?

Alguns livros para crianças lançados no Brasil entre 2016 e este ano trazem heróis cativantes, que carregam aquele poder de encantar e de se tornar o amigo literário inesquecível da infância.

Aliás, qual foi o seu personagem favorito dos tempos de criança?

 


 

O INSEGURO

Chu é um daqueles filhotes de pandas que dá vontade de apertar. Mas ele está um pouco nervoso: o primeiro dia de aula se aproxima e o ursinho não sabe muito bem se os colegas serão legais ou vão gostar dele. No livro, Neil Gaiman (autor conhecido de livros para adultos, mas com uma interessante obra para crianças e jovens, como “Coraline”) mostra uma face mais infantil e inocente ao narrar o primeiro contato de Chu com a escola e os novos amigos, de uma pequena girafa a um mico leão que usa camiseta da seleção brasileira.

 

“O Primeiro de Aula de Chu na Escola”

Autor Neil Gaiman

Ilustrador Adam Rex

Tradutora Ana Bergin

Editora Rocco

Preço R$ 29,50 (2017; 36 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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A QUIETINHA

Aposto que você conhece alguém bem quieto, que não abre a boca para nada. Catarina é assim. Mas o que pouca gente sabe é que a menina é faladeira por dentro –uma tagarela ao contrário, cheia de coisas que explodem em seu mundo interior (ou será que no mundo da lua?). Um belo dia, o garoto João surge para misturar os sentimentos dela. Ao acompanhar a história de Catarina, vale se atentar às ilustrações de Rita Taraborelli. Todas foram feitas em tábuas de madeira e deixam aparecer no papel a textura do material.

 

“Ca-ta-ri-na”

Autora Thais Laham Morello

Ilustradora Rita Taraborelli

Editora Carochinha

Preço R$ 34,90 (2017; 60 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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O PIDÃO

Sabe a história do gênio que concede pedidos a quem o liberta da lâmpada? Acontece quase isso com o burrinho Silvester. Só que, em vez da criatura mágica, ele encontra uma pedrinha que transforma qualquer desejo em realidade. O que é uma ótima carta na manga na hora de encontrar sem querer um leão faminto. Silvester, então, deseja virar uma rocha e escapar do predador. Mas esquece: como voltar ao normal se pedra não fala nem segura a tal pedrinha mágica? A história foi escrita e ilustrada pelo americano William Steig, que ficou mais conhecido no Brasil por ter escrito as aventuras de Shrek, em 1990, que depois foram adaptadas para o cinema.

 

“Silvester e a Pedrinha Mágica”

Autor e ilustrador William Steig

Tradutor Eduardo Brandão

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 34,90 (2017; 40 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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O AVENTUREIRO

“As Histórias de Willy” é mais que um livro: é um convite para mergulhar na biblioteca ou livraria mais próxima. Willy é um simpático macaco que vive sempre uma nova aventura. É testemunha de um motim de marujos, encontra um coelho apressado e vai parar no estômago de um monstro do mar. Pareceram histórias familiares? Todas são inspiradas em clássicos da literatura mundial, como “Robinson Crusoé”, “Alice no País das Maravilhas”, “O Mágico de Oz” e “As Aventuras de Pinóquio”. Vale ainda o leitor incorporar outro clássico nessa brincadeira: Sherlock Holmes. Cada ilustração traz livros escondidos em alguma parte da cena. Consegue achar todos? Quem criou a charada foi o autor, o britânico Anthony Browne, que venceu o prêmio Hans Christian Andersen em 2000, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil.

 

“Histórias de Willy”

Autor e ilustrador Anthony Browne

Tradutor Mauro Gaspar

Editora Pequena Zahar

Preço R$ 49,90 (2017; 32 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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A VENENOSA

Olga é uma cobra venenosa, mas estilosa: usa óculos vermelhos que garantem ares de intelectual. Em um passeio pelo mato, ela encontra a menina Nina, que vive empoleirada em uma árvore com seus vizinhos: uma cigarra, uma lesma, um louva-deus e uma lagarta. Como será o encontro entre a garota e o réptil gordo e de cujos dentes escorre a própria morte? Não vou contar. Mas, se eu fosse a Olga, abriria bem os olhos por trás das lentes dos óculos.

 

“Olga”

Autora Helena Lima

Ilustradora Anabella López

Editora Lago de Histórias

Preço R$ 35 (2017; 28 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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A NOTÍVAGA

Basta cair a noite que Adélia deixa sua cama e vai vasculhar a biblioteca da casa vizinha. O que já é um pouco estranho fica ainda mais esquisito quando sabemos que Adélia é uma porquinha que devora todas as prateleiras e sempre acha que está lendo a melhor história da vida a cada novo livro que abre. Certa madrugada, a garota Eveline flagra a bichinha na poltrona da sala e decide dividir a leitura com a nova amiga. Será que um dia alguém vai descobrir o segredo das duas?

 

“Adélia”

Autor e ilustrador Jean-Claude Alphen

Editora Pulo do Gato

Preço R$ 43,80 (2016, 56 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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A PERDIDA

A passagem da infância para a adolescência geralmente não é simples. Mas para Maria Antonieta tem tons mais complexo. Para começo de conversa, ela se perde dos pais em uma viagem na Europa e, ainda por cima, seu gnomo de estimação resolve fugir. No trajeto para recuperar o homenzinho, ela descobre um palácio só para crianças e fica sabendo que seu duende é alvo de uma perigosa maldição. Enquanto a menina vai tentando resolver os problemas, a história é contada com vozes diferentes: Maria Antonieta e o gnomo se intercalam como narradores dos capítulos.

 

“Maria Antonieta e o Gnomo”

Autora Índigo

Ilustradora Mika Takahashi

Editora V&R

Preço R$ 34,90 (2017; 80 págs.)

Leitor intermediário + leitura compartilhada

 

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OS AMIGOS

Pippi Meialonga não é a única personagem inesquecível da escritora sueca Astrid Lindgren, também ganhadora do prêmio Hans Christian Andersen, em 1958. Da autora, também foi publicada no Brasil a história do menino Lillebror e do gorducho Karlsson, um homem que tem um poder único: ele pode sair voando por aí quando bem entender, basta apertar um botão em sua barriga.Os dois acabam se tornando amigos –mesmo com um primeiro encontro desastroso, quando Karlsson coloca fogo na estante do menino e faz o seu trenzinho de brinquedo simplesmente explodir. Será que a mãe Lillebror ficou muito brava?

 

“Karlsson no Telhado”

Autora Astrid Lindgren

Ilustrador Ilon Wikland

Tradutora Fernanda Sarmatz Akesson

Editora Companhia das Letrinhas

Preço R$ 37,90 (2016; 176 págs.)

Leitor avançado + leitor compartilhado

 

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A MIMADA

A gente sabe que Alberta é mimada, inventa histórias e impõe regras a todos os amigos –se querem brincar, precisa ser do jeito dela. “Que chata!”, reclama o colega. “Ela se acha”, fala outro. A gente sabe também que tudo muda quando aparece Teobaldo. É só ele estar por perto que Alberta se transforma e faz tudo para agradá-lo. O que a gente não sabe é se ela é uma garota ou uma passarinha. Isso porque o livro se desenvolve sem deixar isso claro, uma ambiguidade trabalhada de maneira inteligente pela ilustradora Anita Prades.

 

“Alberta e o Pássaro Azul”

Autora Cristina Mutarelli

Ilustradora Anita Prades

Editora Terceiro Nome

Preço R$ 34 (2016; 28 págs.)

Leitor iniciante + leitura compartilhada

 

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O SONHADOR

Afinal: dragões existem ou não? Abelardo jura que sim. O garoto vive em um feudo da Idade Média e adora inventar moda. Logo no início do livro, ele cria uma engenhoca que tenta fazer com que um gato alce voo –claro que a ideia é, num futuro próximo, o próprio Abel sair flutuando por aí como um dragão. Certo dia, o menino encontra um mapa estranho, que supostamente mostra como encontrar essas criaturas mitológicas. Jornada que o personagem e o leitor empreendem com a ajuda das ricas ilustrações de Rogério Coelho.

 

“A Lenda de Abelardo”

Autor Dionisio Jacob

Ilustrador Rogério Coelho

Editora SM

Preço R$ 42 (2016; 264 págs.)

Leitor avançado

 


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Vencedores do ‘Nobel’ da literatura infantil, Roger Mello e autor chinês fazem livro juntos https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/05/23/vencedores-do-nobel-da-literatura-infantil-roger-mello-e-autor-chines-fazem-livro-juntos/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/05/23/vencedores-do-nobel-da-literatura-infantil-roger-mello-e-autor-chines-fazem-livro-juntos/#respond Tue, 23 May 2017 16:41:44 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/Borboleta-coral-180x117.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=1512 Em seu livro “Atlas” (de 1984, publicado no Brasil pela Companhia das Letras), o argentino Jorge Luis Borges escreveu que “todas as coisas do mundo me levam a um encontro ou a um livro”. Mas muitas vezes elas levam aos dois lugares.

“Tudo muda depois do prêmio. Principalmente a conexão com autores do mundo inteiro de uma forma mais efetiva”, diz o autor e ilustrador Roger Mello sobre o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil, que ele venceu em 2014.

Com o prêmio, veio o encontro com o escritor chinês Cao Wenxuan, que também ganhou o Andersen, em 2016. Depois nascerem os livros.

O primeiro que os dois fizeram juntos foi “Feather” (“Pena”, em português), que conta a história de uma pena que parte em uma jornada de descoberta, encontrando diferentes pássaros, até encontrar o animal ao qual pertence. Ainda inédito no Brasil, mas já traduzido para mais de dez países, a obra tem previsão de chegar por aqui pela Companhia das Letrinhas.

Capa do livro “Borboleta Limão” (Divulgação)

Esse ainda não foi lançado no país, mas já existe outra parceria entre Mello e Wenxuan saindo do forno. “Lemon Butterfly” (“Borboleta Limão”, em tradução livre) tem previsão para ser lançado na China no segundo semestre e faz o leitor acompanhar uma borboleta esverdeada por desertos, rios e montanhas em busca de um campo de flores. A ilustração deste texto é do livro.

Se Wenxuan segue com seu forte estilo filosófico, a história tirou Mello da zona de conforto. “É o livro mais branco que fiz em toda a minha vida. Mas é muito bonito, porque mostra que tudo é mudança. Trata com crianças de questões como identidade e também de morte e transformação. Mas de um jeito muito oriental”, diz.

O livro terá duas edições na China. Uma com tiragem maior e impressão mais simples, para ser distribuída nas escolas do país. Outra com capa dura. “Como é uma obra muito gráfica, minimalista, acabei fazendo ilustrações específicas para cada edição.”

Ainda não há previsão para lançamento no Brasil.

 

MAIS LIVROS

Ainda neste ano, Roger Mello deve lançar mais dois livros. O primeiro deles também vem da Ásia, mas da Coreia do Sul. “Magma Boy” (“Menino Magma”, em português) foi criado a quatro mãos com o artista coreano Woo-Hyon Kang, após sucessivas visitas à ilha Nami.

O local fica a pouco mais de uma hora da capital, Seul, e tem uma relação próxima com a literatura infantojuvenil: é patrocinador do prêmio Hans Christian Andersen e promove uma premiação desde 2013 para ilustradores do mundo todo –neste ano, a brasileira Marilda Castanha foi uma das vencedoras.

“É um livro de arte, mas com edição que não fique cara. É um bonito desafio”, conta Mello. A versão em inglês já está pronta, e a em coreano está prestes a sair. No Brasil, a obra deve chegar às livrarias até o fim do ano, pela Global.

A editora também tem previsão de publicar em 2017 “Clarice”, livro infantojuvenil de Roger Mello inspirado na família do ilustrador.

 


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Brasileiras Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi são indicadas ao ‘Nobel’ da literatura infantil https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/04/04/brasileiras-marina-colasanti-e-cica-fittipaldi-sao-confirmadas-no-nobel-da-literatura-infantil/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/04/04/brasileiras-marina-colasanti-e-cica-fittipaldi-sao-confirmadas-no-nobel-da-literatura-infantil/#respond Tue, 04 Apr 2017 18:03:43 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/FotorCreated-180x77.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=1343 A escritora Marina Colasanti e a ilustradora Ciça Fittipaldi foram oficialmente confirmadas como indicadas ao prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil. O anúncio foi feito nesta segunda (3), em uma coletiva na Feira do Livro Infantil de Bolonha, principal evento do setor que acontece até quinta-feira (6).

O prêmio internacional, organizado pela IBBY (International Board on Books for Young People), é entregue a cada dois anos sempre para um escritor e para um ilustrador. Neste ano, um júri de 17 pessoas irá avaliar todos os concorrentes das duas categorias –33 autores e 28 ilustradores, de países como Argentina, Irã e Mongólia. Em janeiro de 2018, esse júri divulgará a lista de finalistas. Os dois vencedores serão conhecidos na edição da Feira de Bolonha do ano que vem.

As autoras brasileiras foram indicadas pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), que também preparou os documentos das candidatas enviados ao júri e ao IBBY. O material é digital e apresenta os cinco principais livros de cada uma, suas biografias, prêmios e materiais acadêmicos feitos a partir de seus trabalhos. Três exemplares físicos de cada obra serão analisados caso elas sejam finalistas da premiação.

O Brasil já teve três vencedores do Andersen. Lygia Bojunga, em 1982, e Ana Maria Machado, em 2000, ganharam na categoria texto. Roger Mello, em 2014, foi o primeiro latino-americano a vencer na categoria ilustração (e por enquanto o único).

Em 2016, os vencedores foram o escritor chinês Cao Xenxuan e a ilustradora alemã Rotraut Susanne Berner.

AS AUTORAS

Ciça Fittipaldi nasceu em São Paulo em 1952 e coleciona diversos prêmios, como o da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e o Jabuti. Essa é a terceira vez que é indicada ao Andersen.

Marina Colasanti nasceu em 1937 na Eritreia e chegou ao Brasil em 1948 com a família. Vencedora de sete prêmios Jabuti, teve seu livro “Breve História de um Pequeno Amor” eleito em 2014 como a melhor obra de ficção do ano pelo prêmio (entrevistei Colasanti em 2015 sobre o assunto; e o blog já comentou sobre dois livros traduzidos por ela).

 


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Feira de Bolonha, principal evento de literatura infantil do mundo, aposta em tecnologia https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/feira-de-bolonha-principal-evento-de-literatura-infantojuvenil-do-mundo-aposta-em-tecnologia/ https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/feira-de-bolonha-principal-evento-de-literatura-infantojuvenil-do-mundo-aposta-em-tecnologia/#respond Fri, 31 Mar 2017 13:08:48 +0000 https://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/bologna-180x121.jpg http://eraoutravez.blogfolha.uol.com.br/?p=1329 A Feira do Livro Infantil de Bolonha, principal evento de literatura para crianças do mundo, abre as portas de sua 54ª edição na segunda-feira (3). E aproxima-se cada vez mais do universo tecnológico e das discussões sobre o digital no mundo do livro.

Embora o tema tenha sido mais proeminente em 2016, a feira anual traz neste ano à cidade italiana dois parceiros de peso do mundo tecnológico: a fabricante de computadores Lenovo, que apresentará seu novo tablet, e o Google, que fará uma série de apresentações sobre o uso de recursos como a realidade aumentada na hora de contar histórias –sobretudo as infantis.

“Alguns dos produtos digitais mais inovadores aparecem no mercado infantil –e eles muitas vezes podem ser utilizados no mercado de livros. Como a educação está realmente mudando com essas tecnologias, que são parte do futuro das crianças, nós devemos explorá-las. Sobretudo o seu aspecto criativo”, diz Elena Pasoli, diretora da feira.

O evento conta neste ano com 1.300 exibidores de 75 países –10% das editoras participantes são italianas, mas há casas também da Islândia, da Costa do Marfim, do Nepal e, claro, do Brasil. Segundo a CBL (Câmara Brasileira do Livro), o país levará 15 editoras a Bolonha e espera gerar US$ 320 mil em exportações e negócios até o dia 6 de abril, último dia da programação. A expectativa é cerca de 7% maior que em 2016, quando a CBL projetava uma movimentação de US$ 300 mil. No total, 26 mil pessoas devem passar pelo local.

Além da participação, o Brasil poderá conquistar novamente o prêmio que foi recebido pela Cosac Naify em 2013. Neste ano, a Companhia das Letras está indicada ao Bologna Prize Best Children´s Publishers of the Year (título de melhor editora de livros infantis) ao lado de outras quatro editoras, do México e da Colômbia.

 

ILUSTRADORES

Fora a tecnologia, esta edição de Bolonha também se debruça ainda mais sobre o trabalho dos ilustradores. Um espaço, por exemplo, foi criado para que esses profissionais possam se encontrar e trocar experiências, questões ou angústias com colegas de diversas partes do mundo.

Isso se reflete também na escolha dos homenageados deste ano: as regiões espanholas da Catalunha e das ilhas Baleares, que têm tradição nos livros ilustrados. “O que eu posso dizer é que os visitantes ficarão encantados com a exposição dos ilustradores catalães”, diz Pasoli. A imagem que abre este texto faz parte disso e é destaque do cartaz e da identidade visual da edição deste ano.

Além da programação específica, que vai da literatura dessas regiões a traduções da língua catalã, acontecerão por toda a cidade de Bolonha exibições em centros culturais, na cinemateca e em teatros da região.

Fora isso, na segunda (3), serão conhecidos também na feira os indicados ao prêmio Hans Christian Andersen de 2018, considerado o “Nobel” da literatura infantojuvenil. A ilustradora Ciça Fittipaldi e a escritora Marina Colasanti são as profissionais escolhidas pelo Brasil para concorrer e podem figurar nessa lista –para quem estiver por Bolonha, minha dica é esperar o anúncio com bons livros e um gelato italiano nas mãos.

 

Feira do Livro Infantil de Bolonha

Quando de 3 a 6 de abril

Quanto a partir de € 35 (R$ 118) por dia  

Mais bookfair.bolognafiere.it

 


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